Deputado Carlos Felipe, filiado ao PCdoB, e aliado do governador Camilo Santana, deixou o plenário da Assembleia para fazer um discurso inflamado na manifestação dos servidores em frente à Assembleia. Foto: Blog do Edison Silva.

Assim como fizera no pronunciamento da última terça-feira (17), o deputado Dr. Carlos Felipe (PCdoB), integrante da base aliada do governador Camilo Santana (PT), voltou a criticar o projeto de Reforma da Previdência estadual. O parlamentar reiterou que não votará a favor, além de criticar a postura da Assembleia contra servidores que protestam contra o projeto. Ele deixou o plenário da Assembleia, num determinado momento, e foi falar no palanque montado pelos servidores em frente à entrada principal do Legislativo.

Durante o tempo de explicações pessoais da sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (18), o deputado lamentou a impossibilidade de servidores estaduais acessarem as galerias do Plenário da AL. “Respeito as posições da Casa, mas, mais do que isso, não me sinto bem como deputado, em qualquer momento da vida de parlamentar, deixando de defender o acesso da população às galerias”, afirmou.

Ele sugeriu, caso entenda-se que não havia condições de permitirem a entrada de todos nas galerias, que pelo menos uma quantidade mínima fosse permitida. “Quero registrar minha tristeza, minha indignação. A Casa hoje sai menor”, ressaltou o deputado.

O comunista destacou que a segurança da Casa é fundamental e, caso seja ameaçada, entende ser necessária a manutenção da ordem, mas apontou que a manutenção do direito ao acesso pelos servidores, especialmente em um momento em que a vida deles será modificada completamente para os próximos 30 ou 40 anos, também é fundamental.

Para Carlos Felipe, não houve recomposição salarial, a economia está frágil, assim como os serviços públicos, há perda significativa para as aposentadorias dos servidores, o que representará problemas futuros para a vida desses trabalhadores, assim como há um baixo financiamento do sistema de saúde. Por todos esses motivos, afirmou o deputado, é crítico que os servidores não tenham acesso ao espaço da Assembleia Legislativa.

99%

O parlamentar afirmou que é defensor do Governo do Estado e vota favorável à 99% das matérias do Executivo, mas as matérias que tramitam na Casa sobre o sistema previdenciário dos servidores não terão seu voto. “Entendo que existam dificuldades, entendo que exista um rombo e que é preciso buscar uma saída, mas entendo que poderia ser feito em outro formato, com um debate mais amplo”, sugeriu.