A Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia do Senado promoverá nesta quarta-feira (03/11), às 10h, a segunda audiência pública para avaliar os impactos da pandemia de Covid-19 na educação básica.
Os senadores vão abordar o planejamento e as ações para o retorno das aulas presenciais. Também será debatida uma agenda estratégica educacional para os próximos anos, com vistas a recuperar as perdas ocorridas durante a decretação de calamidade pública.
A intenção é avançar na garantia do direito à educação no Brasil.
Foram convidados para o debate: o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Manoel Gomes Araújo Filho; e o presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), Manoel Humberto Gonzaga Lima.
A subcomissão é ligada à Comissão de Educação e Cultura (CE) e foi instalada em 13 de setembro, com prazo de 120 dias de funcionamento. Presidido pelo senador Flávio Arns (Podemos-PR), o colegiado é composto por cinco membros titulares e igual número de suplentes.
A criação da subcomissão do Senado foi proposta por Arns. Para o senador, a educação, além de ser mola propulsora do desenvolvimento do país, é um instrumento essencial para a retomada da economia pós-pandemia.
— Temos que nos lembrar que, acima dos 25 anos, 50% dos brasileiros não têm educação básica completa. Acima dos 25 anos, 40% da população têm o ensino fundamental. Então nós temos de olhar a creche, a pré-escola, o ensino fundamental, a educação para o trabalho, a educação em tempo integral depois da pandemia, a profissionalização dos alunos, atividades que tornem a educação interessante — disse Arns.
Volta às aulas
A primeira audiência da Comissão, em 25 de outubro, debateu as condições das escolas para o retorno obrigatório às aulas presenciais, já em vigor em alguns estados como Rio de Janeiro e São Paulo. A audiência expôs posições divergentes entre os especialistas convidados.
A coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, criticou a obrigatoriedade do retorno ao presencial, enquanto a vacinação de crianças e adolescentes não avançar e o ciclo de vacinação das pessoas adultas não for concluído.
O líder de Relações Governamentais do Todos pela Educação, Lucas Hoogerbrugge, no entanto, considera oportuno o retorno às aulas presenciais, desde que respeitados os protocolos sanitários. Ele ponderou que o Brasil foi um dos países que fechou as escolas por mais tempo durante a pandemia, e os estudantes de famílias mais pobres foram os mais prejudicados com aulas remotas. Para o especialista, é preciso cobrar das autoridades as condições adequadas das escolas.
Os debatedores concordaram com os senadores que é preciso agir para recuperar o déficit educacional provocado pela Covid-19.
Flávio Arns, que comandou o debate, afirmou que, 20 meses depois do início da crise sanitária, as dificuldades para os estudantes continuam as mesmas, especialmente para os de renda mais baixa, já que, frisou, a pandemia acentuou as desigualdades no ensino. Ele e o relator da subcomissão, Wellington Fagundes (PL-MT), afirmaram que vão buscar destravar recursos no Orçamento para a educação.
Fonte: Agência Senado.