Senador Rodrigo Pacheco, presidente Bolsonaro e deputado Arthur Lira fazendo pose em frente ao Congresso Nacional. Foto: Agência Senado.

A PEC dos Precatórios (PEC 23/2021) está prometida para ser votada na Câmara Federal nesta quarta-feira (03/11). O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que é possível fazer ajustes no texto que limita o valor dos precatórios a serem pagos pela União no ano que vem.

Ele passou o feriadão (Dia do Servidor e Dia de Finados) conversando com líderes e representantes do governo e da bancada de oposição e pediu cuidado com narrativas falsas sobre a PEC. “Não há prejuízo para professores e Estados que vão fazer a compensação. São versões que são criadas, que temos a obrigação de desmistificar”, disse.

“Estamos tratando de um tema sensível a um ano da eleição. São 20 milhões de famílias passando fome. Isto não é um assunto de oposição e governo”, afirmou. Arthur Lira negou a possibilidade de tirar mais precatórios do teto de gastos, como os pagamentos de dívidas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).

Auxílio Brasil

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defende a PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), que reestrutura o saldo de dívidas judiciais da União para abrir espaço no teto de gastos a partir de 2022.

Pacheco afirmou que a prioridade do Congresso Nacional é dar efetividade ao Auxílio Brasil, programa social de renda que deve ocupar o espaço dos precatórios no orçamento da União, mas isso depende de uma solução fiscal.

Para ele, a fórmula criada pela PEC – que corrige o valor dos precatórios desde 2016 e permite outras negociações jurídicas para resolução do saldo – não é perfeita, mas cumpre esse objetivo.

“O programa social precisa estar estruturado em balizas sólidas e previsíveis. Dar efetividade para que haja o recurso é a nossa preocupação básica. A solução que foi concebida é uma ideia que, confesso, não encontrei nenhuma melhor. Com isso, abre-se o espaço fiscal para o programa. Espero a decisão da Câmara, vamos aguardar o desfecho. É uma questão prioritária para o Senado”, disse Pacheco.

Uma das críticas que surgiram com mais destaque foi o impacto da PEC sobre dívidas da União em relação ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Deputados temem que a reorganização dos precatórios impeça que os Estados e Municípios recebam o dinheiro, que é alvo de processo judicial desde 1999.

Pacheco disse que considera válida a preocupação, mas que esse tema é um dos que podem ser solucionados por meio de diversas negociações jurídicas que a PEC viabiliza.

“Há uma pretensão de que esses precatórios, em razão de sua vinculação com a educação, possam ser liquidados com essa finalidade. Cada estado que seja credor desses precatórios pode perfeitamente fazer um encontro de contas com as suas dívidas com a União, zerar parte delas e ao mesmo tempo receber os créditos decorrentes dos precatórios, independente de estarem vinculados à educação ou não”.

Fontes: Agência Câmara de Notícias e Agência Senado.