Evandro Leitão cobrou transparência por parte das associações ligadas à Segurança Pública. Foto: ALECE.

O deputado Evandro Leitão (PDT) cobrou que associações ligadas à Segurança Pública sejam fiscalizadas quanto às verbas que movimentam. O discurso do ex-líder do Governo na Assembleia, na sessão desta terça-feira (18), foi considerado o primeiro passo para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a arrecadação e gastos das associações militares.

A ideia de instalação de uma CPI para apurar os recursos das associações policiais foi gestada ainda na segunda-feira (17). Antes do início da sessão desta terça-feira (18) alguns governistas aprofundaram as discussões sobre a instalação da CPI, com o objetivo de pressionarem ainda mais as lideranças dos militares que contestam a proposta do Governo de reestruturação salarial da categoria.

Evandro, para falar dos recursos das associações, baseou-se em uma reportagem do jornal Diário do Nordeste, que destacou a riqueza das entidades com arrecadações milionárias. O deputado citou cada uma das associações e seus respectivos recursos. Uma decisão judicial da última segunda-feira (17), ao tempo que proibiu a realização de reuniões dos militares e de qualquer movimento de paralisação, também determinou que as associações de profissionais da Segurança Pública não gastem os seus recursos com mobilizações de militares, sob pena de multa diária.

“A Associação dos Profissionais de Segurança arrecadou entre 2015 e 2019, mais de R$ 15 milhões. A Associação dos Praças do Estado, mais de R$ 33 milhões, entre 2014 e 2019. Esses dados estão todos dispostos na reportagem e, da mesma maneira que as contas do Governo são abertas, temos a obrigação de saber sobre a verba dessas associações”, afirmou o deputado Evandro Leitão.

O deputado afirmou que a Casa tem condições de cobrar fiscalização e, se for o caso, até fiscalizar. Questionado se estaria propondo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o fato, Leitão afirmou que esta não é a única forma que a Assembleia pode utilizar para fiscalizar, mas não descartou sua instalação, caso se mostre necessária.

Em aparte, os deputados Fernando Hugo (PP) e Osmar Baquit (PDT) destacaram a necessidade de conhecer o paradeiro da verba de associações da Segurança Pública.

Opositores protestam

O deputado Vitor Valim (Pros) solidarizou-se com os profissionais da Segurança Pública. Delegado Cavalcante (PSL) chamou de retaliação a sugestão do colega, pelo fato de a categoria seguir pressionando por melhores condições de trabalho.