Para Renato Roseno, tempos de autoritarismo exigem maior valorização da cultura. Foto: Blog do Edison Silva

A desvalorização da cultura por parte do poder público tem sido algo que vem incomodando o deputado estadual Renato Roseno (PSOL). Para ele, o governo federal vem desmontando as políticas públicas de cultura criadas nos últimos 50 anos no país. No âmbito estadual, o parlamentar lamenta a falta de investimento na área por parte do governo Camilo Santana.

“A política pública de cultura está sendo desmontada em nível federal, e isso é lamentável. O Ministério da Cultura foi rebaixado institucionalmente e há um corte nos orçamentos de cultura. Por isso mesmo os estados têm que fortalecer as políticas públicas de cultura”, disse o parlamentar ao blog, lembrando que o Ceará tem a primeira secretaria de cultura do país (Secult), criada em 1966 pelo governador Virgílio Távora.

“Lamentavelmente, durante 53 anos não foi feito nenhum concurso. O primeiro concurso foi feito em 2018, só que os 103 analistas aprovados até hoje não foram convocados pelo governador Camilo Santana. E exatamente essa falta de servidores causa a maior baixa na execução orçamentária. Mesmo com R$ 196 milhões de orçamento, só foram, até agora, 25% disso. Precisamos garantir que o Ceará seja resistência. Como sempre foi”, afirmou o parlamentar. Na última quinta-feira (8), o deputado já tinha tratado do assunto durante o primeiro expediente da sessão legislativa na Assembleia.

Cultura como valor democrático

Segundo Roseno, o mundo vivo um momento em que o autoritarismo vem ganhando espaço e, nesse sentido, aumenta-se a importância em investir na área cultural. “Nesse momento em que aumenta o autorismo é necessário, cada vez mais, investir em cultura. Literatura, artes visuais, artes cênicas, música, museu, memória, porque é a cultura que dá sentido às nossas vidas, que amplia a sensibilidade das pessoas, que faz a humanidade se movimentar. Uma humanidade sem cultura é uma humanidade máquina, que é o que, obviamente, esse sistema bárbaro que estamos vivendo no mundo quer, ele quer desumanizar as pessoas. Por isso nós defendemos a cultura como uma política pública, como um direito humano e, como todo direito humano, é preciso ter servidores devotados a isso. A cultura, dentre outras coisas, tem um valor democrático imenso para nós, agora”, concluiu.

Renato Roseno cobra maior investimento na cultura no Ceará; ouça: