Roseno já se candidatou, em 2008 e 2012, à Prefeitura de Fortaleza. Foto: Reprodução/YouTube.

Renato Roseno é uma das lideranças do PSOL no Ceará. Na Assembleia Legislativa, como deputado estadual, é oposição ao governador Camilo Santana. Para ele, estamos vivendo uma “crise civilizatória” provocada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19), alterando os “padrões de sociabilidade” que estávamos acostumados. Mesmo reconhecendo a necessidade do isolamento, ele acredita que a tecnologia não pode substituir o contato humano na política, podendo “pasteurizar” e “esfriar” o debate.

Em entrevista ao Blog do Edison Silva, o parlamentar vê uma desigualdade de recursos em campanhas mesmo nas redes sociais em anos eleitorais.

Campanha política nas redes sociais

Um dos pré-candidatos do PSOL à Prefeitura de Fortaleza, junto da escritora Helena Vieira, Roseno crê que foi mudado o modus operandi no “fazer política” desde o advento das redes sociais. E faz ressalvas a este meio: “As redes sociais se caracterizam pelo debate raso. As fake news [notícias falsas], a desinformação, tem um grande terreno, porque é um terreno que não propicia um aprofundamento. Fazer política por meio dos social media pode ser muito ruim”.

Ademais, Renato Roseno não concorda que tenha democracia nas redes sociais, por elas estarem ligadas à corporações bilionárias e estar nestas redes tem um custo milionário. “Não basta boa ideia e ter um celular. Isso seria ingênuo e auto-ilusório […] o investimento em internet é tão caro como investir em TV”, aponta. E, aqueles candidatos que tiverem um maior alcance, notoriedade e “memória na cabeça da sociedade”, acabará tendo vantagens aos demais, não havendo uma “paridade de armas” entre os candidatos neste meio.

O deputado estadual alerta que, independente de qual for o partido político, o candidato deverá trazer uma densidade ao debate feito nas redes sociais, principalmente pela diminuição do tempo de campanha – 90 para 45 dias – promovida pela Reforma Política aprovada pelo Congresso Nacional ainda em 2015.

Confira a entrevista do deputado Renato Roseno: