Parlamentares mostraram desconforto com alguns posicionamentos durante sessão remota. Foto: Ascom/CMFor.

Durante sessão remota, na tarde desta quarta-feira (06), os vereadores de Fortaleza aprovaram 11 projetos de autoria de alguns deles, todos tratando sobre o combate à pandemia de coronavírus na Capital cearense. A sessão teve início com muita desavença entre parlamentares da base governista e de oposição, o que necessitou intervenção por parte do presidente da Mesa Diretora, Antônio Henrique (PDT).

Todos os projetos aprovados são sugestões da Câmara Municipal de Fortaleza ao prefeito Roberto Cláudio, que pode acatar ou não a indicação feita pelos vereadores. Um deles autoriza o Município a distribuir máscaras de prevenção ao coronavírus. Os parlamentares também aprovaram a proposta que cria a gratificação de combate à pandemia para os profissionais de saúde que estejam no trabalho direto com à Covid-19. As duas propostas são de autoria do vereador Ziêr Férrer (PDT).

De Evaldo Lima (PCdoB) foi aprovada a proposta que autoriza o Executivo a distribuir, de forma gratuita, produtos que amenizem as dificuldades vividas pela população em razão da crise. Dr. Porto aprovou proposta sua que estabelece medidas que possam combater os efeitos econômicos causados pela pandemia aos agentes de viagem de Fortaleza.

Julierme Sena (PROS) sugeriu que haja pagamento aos profissionais autônomos de alguns valores por 90 dias. De Larissa Gaspar (PT) foi aprovada a Indicação que autoriza a Prefeitura a instituir renda mínima emergencial para os catadores de material reciclável em casos de emergência.

É do vereador Marcelo Lemos (PSL) a proposta que dispõe sobre a implementação de gratificação especial de incentivo ao combate à Covid-19 aos servidores públicos envolvidos com a luta contra o coronavírus. Jorge Pinheiro (PSDB) indicou a promoção de ações a fim de amparar o trabalhador urbano que recolhe resíduos sólidos.

Foi aprovado, ainda, projeto de Antônio Henrique (PDT) que torna obrigatória a disponibilização de profissional habilitado para prestar esclarecimentos, informações e boletins médicos aos familiares dos pacientes acometidos pelo novo coronavírus, que estejam internados nas unidades de saúde da cidade. Já Ronivaldo (PT) teve aprovado projeto que autoriza o Município a requisitar hotéis, motéis e pousadas para pessoas de baixa renda durante isolamento social.

Chamou atenção, porém, durante a abertura da sessão, a desorganização e o confronto entre aliados e opositores. Já no início dos debates, Sargento Reginauro reclamou das interferências feitas pelo vereador Adail Júnior nas falas de seus pares durante todas as sessões remotas.

Também foi motivo de desavença entre os parlamentares a inclusão de um projeto de Indicação de autoria da vereadora Cláudia Gomes (DEM), que versava sobre item semelhante ao que estava disposto em artigo da mensagem do Governo. A parlamentar solicitou a discussão de sua matéria na comissão de Constituição e Justiça, o que gerou desentendimentos entre os presentes.

Segundo o presidente da CCJ, Didi Mangueira (PDT), a reunião se daria para discutir o projeto do prefeito Roberto Cláudio e matérias já encaminhadas para as comissões há duas semanas. “Peço que coloque um projeto de Indicação meu, pois está incluído em artigo da mensagem”, disse Cláudia Gomes.  Guilherme Sampaio (PT), porém, alertou que não havia necessidade de discussão da proposta, já que estava sendo contemplada na mensagem.

Respeito

O vereador Adail Júnior, porém, partiu em defesa da inclusão do projeto de Cláudia Gomes na discussão, e fez insinuações a Guilherme Sampaio, que revidou pedindo que o colega parasse de “polemizar a sessão”. No meio da confusão, em que todos tentavam fazer uso da palavra, o presidente da plenária, Antônio Henrique, desligou o microfone de todos para tentar manter a ordem do debate.

Jorge Pinheiro (PSDB) pediu respeito ao uso de sua palavra. Segundo ele, Adail Júnior não estava permitindo que seus pares dialogassem. “A gente tem que ter educação. Não estou mandando indireta. Eu fico doido pra falar, mas eu respeito o tempo de todos”, disse.

Ordem

Os vereadores também reclamavam que estavam tendo a palavra cassada toda vez que tentavam utilizar o microfone. “O microfone mais cortado hoje foi o meu”, disse Adail Junior. “Foi não, foi o meu”, retrucou Idalmir Feitosa (PSD). Antônio Henrique, porém, disse que o corte das falas estava sendo autorizado por ele, e que isso aconteceu para se manter a ordem.

Ainda durante a sessão, a vereadora Larissa Gaspar (PT), emocionada, solicitou uso da palavra para comunicar a morte de um ente querido. No retorno dos trabalhos, no período da tarde desta quarta-feira, os ânimos estavam mais ameno, visto a aprovação dos diversos projetos de Indicação de autoria dos parlamentares.

Frases

“A gente está aqui solidário ao Camilo Santana e ao prefeito Roberto Cláudio. Nós lutamos pela vida, lutamos pelo que é melhor para a população”Ziêr Férrer

“Fica aqui o apelo para que o prefeito Roberto Cláudio coloque essa gratificação em prática. O Camilo já fez uma sinalização nesse sentido”Eron Moreira

“Alguns projetos chegaram muito semelhantes à mensagem do prefeito Roberto Cláudio, semanas antes, para desvinculação de algumas receitas, neste momento de pandemia”Sargento Reginauro

“A Câmara tem dado uma importante contribuição nessa pandemia. Os parlamentos fortalecem as democracias e o Parlamento de Fortaleza tem ajudado nisso. Todos os projetos apontavam na mesma direção, do respeito à cidade e defesa da saúde e à vida”Evaldo Lima

“Estamos unidos para defender todas as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade. A Câmara de Vereadores está sempre em defesa da vida” – Jorge Pinheiro

“Infelizmente, o irresponsável que está na presidência da República comanda atos contra as instituições democráticas. Isso não é papel de quem se propôs a trabalhar pela Nação” – Larissa Gaspar

“Impressionante que toda vez que vão falar querem criticar o Governo Bolsonaro. Na próxima sessão eu vou trazer informação sobre o tanto de dinheiro que o presidente destinou para o Ceará, em especial, para Fortaleza”Marcelo Lemos