Presidente da República, em sua live semanal, relacionou a vacina contra Covid-19 ao vírus da Aids. Foto: Reprodução/Facebook.

Na reunião de encerramento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado, integrantes do colegiado aprovaram, nesta terça-feira (26), um requerimento do vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), que pede a quebra de sigilo telemático das redes sociais do presidente da República, Jair Bolsonaro, a suspensão de acesso aos seus perfis e um pedido de retratação por declarações em “live” transmitida na última quinta-feira (21), onde ele relacionou a vacina contra a Covid-19 ao vírus da Aids.

Os senadores também aprovaram o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD/AM), e o senador Eduardo Braga (MDB/AM), também vão encaminhar recomendação para que o Congresso Nacional se posicione sobre o tema.

“Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. [Como o] presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar?”, questionou Aziz.

O Facebook, o Instagram e o YouTube tiraram do ar o conteúdo veiculado, por Bolsonaro, contestado por médicos e cientistas.

Votos em separado

Conforme anunciado na semana passada, o presidente da CPI concedeu 15 minutos com mais cinco de tolerância para a leitura dos chamados votos em separado, que na prática são relatórios alternativos ao do relator, Renan Calheiros (MDB/AL).

O primeiro a ser apresentado foi o do senador Eduardo Girão (Podemos/CE), que apoia as ações do governo, mas se classifica como “independente”. No documento, ele pediu a rejeição do parecer de Renan Calheiros e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) aprofunde as investigações sobre a possibilidade de ocorrência do crime de prevaricação pela Mesa Diretora da CPI por não deliberar sobre requerimentos “engavetados”.

O senador fez críticas ao trabalho da Comissão, que, segundo ele, “não foi capaz de verificar esferas estaduais e municipais, onde havia efetivamente fortes indícios de corrupção e desvio do dinheiro público federal”.

No relatório, Girão pediu o indiciamento do secretário executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, além do aprofundamento de investigações por organização criminosa sobre o papel desempenhado pelas empresas Davati e Precisa Medicamentos com o governo federal.

Por se sentirem contemplados no relatório final, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania/SE) e Eduardo Braga (MDB/AM), abriram mão de seus votos em separado para apoiar integralmente o texto de Renan Calheiros.

Fonte: Agência Brasil.