Debate entre candidatos ao Governo do Ceará, promovido pela TV Diário. Foto: Reprodução/TV Diário.

Os três principais candidatos a governador do Estado do Ceará (Capitão Wagner, Elmano de Freitas e Roberto Cláudio), ainda participarão de dois debates na última semana da campanha eleitoral, promovidos pelas televisões Verdes Mares (dia 27) e Jangadeiro (dia 28). Eles já participaram de três outros desde as definições de suas candidaturas, nas emissoras de TV Cidade, Otimista e Diário. Debateram mais que os postulantes ao cargo de presidente da República, mesmo assim, discutiram publicamente muito pouco, levando-se em consideração a importância do poder em disputa: a chefia do Executivo do Estado.

O debate, mesmo no seu formato engessado, por exigência dos próprios candidatos, tem um significado relevante para o eleitor e a Democracia. Ele é capaz, até, de definir uma eleição. E talvez por isso, também, os candidatos de maior apelo popular tentem, a todo custo, evitá-los.  O presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula, fizeram exigências que praticamente inviabilizaram alguns debates programados, tanto que até agora só tivemos um promovido pela Bandeirantes, associada à TV Cultura de São Paulo, e neste sábado (24) pode acontecer outro no SBT, sem a participação de Lula, e finalmente o último do primeiro turno desta eleição, dia 29 na Globo.

Não se pode impedi-los de fazer exigências. E poderiam fazer muito menos se os veículos de comunicação tivessem os debates, não como mais um programa para conquistar audiência, mas um dever, dentre tantos outros, no objetivo social da comunicação. Atualmente, pela falta do hábito de os candidatos competitivos debaterem publicamente, é até difícil e onerosa a preparação da estrutura desse tipo de evento tão útil ao processo democrático. Lamentavelmente, os promotores de debates precisam cuidar até de ter segurança no espaço do programa. E esse ônus de preparar um debate, é também pela falta do hábito. As eleições, municipais ou gerais, pela importância do resultado que elas encerram para toda a sociedade, mereciam um preparo melhor dos meios de comunicação.

Assim como a programação e a cobertura de eventos como Carnaval, Copa do Mundo, Olimpíadas e outros tantos são preparadas com antecedência, as eleições, mais ainda, deveriam ter preparação com antecedência, de modo que, conhecido o Calendário Eleitoral, todos os veículos já tenham, além de equipes qualificadas, definidas as datas de debates, entrevistas e outras ações que permitam aos partidos e candidatos adequarem suas campanhas à programação de cobertura. E, assim, podemos ter vários debates em cada órgão de comunicação, permitindo fazer cada programa para discussão de dois ou três temas, e não como acontece atualmente, com todas as questões das administrações discutidas num curto espaço de tempo. Desse modo, sem dúvida, vamos ter campanhas com melhores resultados, principalmente em relação à escolha de prefeitos, governadores e presidente.

Enquanto não avançamos no sentido emprestarmos às eleições a importância e significação que precisam ter, vamos torcer para que os candidatos ao Governo do Estado do Ceará, nos dois últimos debates de que participarão, na última semana da campanha eleitoral, brindem aos cearenses, mesmo resumidamente pela exiguidade de tempo, com as suas propostas de melhor gerência da administração estadual.

Veja a opinião do jornalista Edison Silva: