Por iniciativa da presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), os integrantes do colegiado podem se reunir nos próximos dias com representantes das embaixadas da Rússia e da Ucrânia no Brasil.

Ela apresentou dois requerimentos com esse objetivo: o REQ 1/2022-CRE, para que seja convidado o encarregado de negócios da embaixada ucraniana, Anatoliy Tkach, e o REQ 6/2022-CRE, para que seja convidado o embaixador da Rússia no Brasil, Alexei Labetskiy. Os requerimentos podem ser votados pela CRE na quinta-feira (24), a partir das 10h.

“Putin afirmou que a via militar foi a ‘única saída’ para, segundo ele, defender a Rússia. Uma das razões alegadas pelas autoridades russas para a invasão à Ucrânia foi a ameaça à segurança russa representada pela expansão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] em países do leste europeu, e pelos movimentos de aproximação da Ucrânia com a OTAN. O confronto decorrente dessa invasão, além de provocar uma grave crise humanitária, tende a acarretar prejuízos em todo o mundo, por afetar a produção e a distribuição de combustíveis e alimentos. Todos os países serão afetados negativamente pela guerra”, ressalta Kátia Abreu.

Também por iniciativa da senadora (REQ 2/2022-CRE), a CRE poderá reunir-se novamente com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para esclarecimentos sobre a posição brasileira em relação a esse conflito e sobre ações para dirimir as consequências da guerra na economia brasileira, entre outros assuntos.

Outro evento

O Senado também vai promover na quinta-feira (24) uma sessão de debates sobre as causas e os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e suas consequências para a economia. O requerimento para o debate (RQS 146/2022), de iniciativa da senadora Rose de Freitas (MDB-ES) e apoiado por outros senadores, foi aprovado na sessão plenária de terça-feira (8). O início do debate semipresencial está previsto para às 10h.

Segundo Rose de Freitas, os impactos do conflito já são perceptíveis nas relações políticas e econômicas que envolvem os dois países e todo o planeta. Ela aponta que a questão econômica e diplomática poderá atingir o Brasil, ainda que indiretamente. Como exemplo, ela cita a alta do preço do petróleo, “com o barril ultrapassando os 100 dólares pela primeira vez em sete anos, gerando graves efeitos em cascata na cadeia econômica global”.

De acordo com a parlamentar, o alinhamento entre Rússia e China poderá gerar consequências para a economia brasileira.

“Outra decorrência mundial do distanciamento entre a Rússia e os Estados Unidos da América e a Europa, será o realinhamento entre a Rússia e a China, alterando significativamente o balanço do mercado mundial, provavelmente com a elevação do protagonismo chinês e do projeto eurasiano”.

Em seu requerimento, a senadora faz questão de ressaltar as perdas humanas envolvidas em uma guerra e pede um “debate amplo e profundo sobre essa guerra que se afigura como um momento decisivo da humanidade”.

De acordo com dados das Nações Unidas, divulgados na sexta-feira (18), mais de 700 civis foram mortos durante a guerra, entre eles 52 crianças. Cerca de 6,5 milhões de pessoas deixaram suas residências na Ucrânia para outras localidades do país e pelo menos 3,2 milhões de refugiados fugiram para outros países.

Fonte: Agência Senado.