O senador amapaense é um dos membros da CPI da Covid em curso no Senado Federal. Foto: Agência Senado/Jeferson Rudy.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) ingressou com notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele seja investigado por ameaçar descumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes e atentar contra o funcionamento do Judiciário.

A representação do senador é consequência dos atos patrocinados pelo presidente e seus seguidores no 7 de setembro, em Brasília e São Paulo, quando o mandatário atacou duramente, além do ministro Alexandre, também o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e recorreu às suas conhecidas bravatas para ameaçar o Judiciário.

O parlamentar quer que a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja intimada para promover o oferecimento da denúncia contra Bolsonaro pela prática de crimes de atentado contra a ordem constitucional, o Estado Democrático de Direito e a separação dos Poderes, conforme prevê a Constituição Federal de 1988.

Ele frisa especialmente a abertura de inquérito contra o presidente, por sua grave ameaça ao livre funcionamento do Judiciário e pelo uso de recursos públicos para financiar os atos antidemocráticos, na forma da (ainda vigente) Lei de Segurança Nacional.

Também requer investigação sobre o financiamento dos atos do dia 7 e também a utilização da máquina estatal para sustentá-los, como o uso de aeronaves da presidência e funcionários à disposição de Bolsonaro.

“As ameaças contra o Poder Judiciário, notadamente ao TSE e ao STF, nas pessoas dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, são inaceitáveis e apenas confirmam, mais uma vez, que o senhor Jair Bolsonaro não pretende pacificar a relação com os demais Poderes da República e, como já se desenha para 2022, aceitar sua derrota e transmitir pacificamente o cargo que ocupa”, afirma o senador.

Ao requerer investigação sobre o financiamento dos dois atos realizados em Brasília e São Paulo, Randolfe afirma que diversos vídeos mostram manifestantes uniformizados e recebendo notas de R$ 100,00 para irem aos protestos. Uma das empresas citadas nas imagens, segundo ele, é a Máquinas Agrícolas Jacto S.A.

Além disso, conforme a notícia-crime, a pessoa que grava o vídeo cita explicitamente que a família Nishimura, fundadora da Jacto, está patrocinando aquele ato. “Dessa forma, é importante investigar a origem dos recursos distribuídos aos manifestantes, a contratação dos ônibus e das camisetas e outros materiais utilizados no ataque ao Poder Judiciário e à própria democracia brasileira”, sustenta o senador pelo Amapá.

Com informações do site ConJur.