O senador Omar Aziz (PSD/AM) disse que Bolsonaro tentou demonstrar força, mas evidenciou a fraqueza de um presidente acuado e acusado de corrupção. Foto: Agência Senado.

Antes de iniciar os trabalhos na CPI da Covid, nesta terça-feira (10), senadores condenaram o desfile de carros blindados realizado na Esplanada dos Ministérios, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do ministro da Defesa e chefes das Forças Armadas.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD/AM), abriu a reunião lendo nota oficial na qual condenou o ocorrido. O senador disse que o Brasil passa por um momento grave e que o presidente da República comandou uma lamentável ação para intimidar parlamentares e opositores. Conforme a nota, Bolsonaro tentou demonstrar força, mas evidenciou a fraqueza de um presidente acuado e acusado de corrupção.

“As forças jamais podem ser usadas para intimidar a população e adversário políticos legitimamente constituídos. Não há previsão constitucional para isso”, afirmou o amazonense, que disse ainda que a democracia é inegociável.

Veja trecho do discurso do senador Omar Aziz:

Ao falar como líder do MDB, o senador Eduardo Braga (AM) condenou a ação e afirmou que “todo poder emana do povo e em nome do povo será exercido”. Humberto Costa (PT/PE), Rogério Carvalho (PT/SE) e Randolfe Rodrigues (REDE/AP) destacaram não ser a primeira vez que o presidente Bolsonaro se utiliza do cargo para tentar intimidar os parlamentares.

“Talvez seja para não demonstrar a força, mas para esconder, como os esquemas de corrupção que esta CPI está descobrindo”, expôs o senador pelo Amapá.

Outros participantes da CPI, como Fabiano Contarato (Rede/ES), Simone Tebet (MDB/MS) e Alessandro Vieira (Cidadania/SE), também condenaram o desfile de blindados.

Voto impresso

Os senadores Luis Carlos Heinze (PP/RS) e Marcos Rogério (DEM/RO) defenderam a aprovação do voto impresso.

O senador Eduardo Girão (Podemos/CE) criticou a interferência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso.

Diálogo

O líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE), lembrou sua história no Congresso Nacional e afirmou que aposta na democracia e no Estado de direito para superar momentos de maior tensão. Ele compartilhou as preocupações de outros senadores, mas apontou alguns excessos nas falas. Para Bezerra, é preciso evitar ambientes de radicalização.

“Nosso papel como membros do Congresso Nacional é criar e apostar em um ambiente de diálogo”, disse o pernambucano.

Ameaça

Ao comentar o desfile militar, o senador Otto Alencar (PSD/BA) afirmou que não foi a primeira vez que o presidente Bolsonaro (sem partido) tentou intimidar o Congresso Nacional.

Mas, segundo ele, a estratégia não tem dado certo, pois os senadores não vão se intimidar e nem recuar. Para Alencar, o presidente deveria se preocupar com a inflação, com as pessoas que perderam a vida na pandemia e com a geração de emprego e renda para 15 milhões de desempregados. Porém, acrescentou, nada disso o comove, apenas a necessidade de proteger o mandato.

Voto impresso

Os senadores Luis Carlos Heinze (PP/RS) e Marcos Rogério (DEM/RO) defenderam a aprovação do voto impresso. O senador Eduardo Girão (Podemos/CE) criticou a interferência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, na questão em discussão na Câmara dos Deputados.

Com informações da Agência Senado.