Júlio César Filho atribui os debates à proximidade das eleições e discussões no âmbito nacional. Foto: Miguel Martins.

Nas últimas semanas, com o retorno das atividades presenciais em dois dias da semana, os embates se intensificaram entre os deputados da Assembleia Legislativa do Ceará e os ânimos têm se alterado durante as discussões.

Para o líder do Governo, deputado Júlio César Filho (Cidadania), esses confrontos são reflexo da proximidade do pleito eleitoral do próximo ano. O parlamentar acredita que tais debates são normais no Parlamentar, mas defende que seus pares prezem pela verdade.

Na semana passada, os deputados Elmano de Freitas (PT) e André Fernandes (Republicanos) protagonizaram uma cena que chamou a atenção de seus pares. Enquanto fazia defesa da urgência de um projeto do Governo do Estado, o petista foi interrompido pelo opositor e ele mandou que Fernandes baixasse o tom da voz e calasse a boca, ao que esse desafiou Elmano a ir calá-lo. “Vem calar”, gritou várias vezes o parlamentar bolsonarista de sua bancada.

Na sessão da quarta-feira passada, no dia 25, o próprio líder do Governo se envolveu em embate com Soldado Noélio (PROS) e Delegado Cavalcante (PTB). Na ocasião, o governista chegou a dizer que quem aglomera em eventos do presidente Jair Bolsonaro é “palhaço”, o que irritou a dupla bolsonarista. Na mesma plenária, o vereador Guilherme Sampaio mandou Cavalcante “tomar vergonha” por estar convocando, da tribuna, protestos contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

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“É natural que com a proximidade do pleito eleitoral, as disputas locais e a pauta nacional, que discussões políticas, possam refletir em embates no plenário. Quando se aproxima as eleições a gente sempre vê essas discussões”, disse Júlio César. No entanto, ele destacou que é preciso estabelecer o respeito e debate sadio para que a Casa eleve o nível, visando construir entendimento na defesa de ideias e posições, o que é legítimo da democracia.

“Mas é preciso prezar pela verdade do debate para que o cidadão possa ter o discernimento de escolher o melhor para seu futuro”, afirmou. O parlamentar se referia aos discursos do presidente da República, Jair Bolsonaro, que foram reproduzidos na Assembleia Legislativa, de que a culpa pelo aumento do preço dos combustíveis seria dos governadores.

“Existe uma tentativa do presidente da República de tentar distorcer e colocar responsabilidade para os governadores sobre o aumento dos combustíveis. No Ceará, o imposto que incide no ICMS não sofreu uma alteração sequer no Governo Camilo. Não adianta essa falácia. Não houve um centavo de aumento do ICMS, que é um dos itens do Fundo de Combate à Pobreza, que financiará o Vale Gás”, disse.