O líder do Governo, Júlio César Filho, chamou de “palhaço” quem aglomera em eventos do presidente Bolsonaro, o que irritou a bancada bolsonarista. Foto: ALECE.

Um dia após o governador do Ceará, Camilo Santana, afirmar que o presidente Jair Bolsonaro mente sobre os reais motivos do aumento do preço dos combustíveis, deputados aliados do Governo estadual e parlamentares bolsonaristas bateram boca na Assembleia Legislativa.

Na troca de acusações, os membros da Casa chamaram uns aos outros de “palhaço”, mas não chegaram a conclusão de quem tem culpa pelo aumento no valor da gasolina e do gás de cozinha.

Delegado Cavalcante (PTB) criticou a declaração de Camilo, que apontou responsabilidade exclusiva do Governo Federal pelos aumentos nos valores dos combustíveis. Ele ressaltou que o presidente Bolsonaro assumiu o compromisso de zerar o imposto federal, caso os governadores fizessem o mesmo nos Estados. e atribuiu aos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) os prejuízos que a Petrobras teve ao longo dos anos.

Também bolsonarista, Soldado Noelio (Pros) criticou as declarações do governador Camilo de que gostaria de reunir-se com o presidente da República, mas não esteve com Jair Bolsonaro em sua última visita ao Ceará. “O presidente esteve três vezes aqui no Estado e não foi recebido pelo governador”, analisou.

O parlamentar chamou de “palhaçada” o convite feito pelo chefe do Executivo estadual. O líder do Governo, Júlio César Filho (Cidadania), em seguida, disse que “palhaço é quem acompanha o presidente em aglomerações, incentivando o não uso de máscara”. Noélio se sentiu ofendido e solicitou direito de resposta, ao que o governista disse que o opositor vestiu a carapuça, já que seu nome não foi citado.

Veja trecho do discurso do deputado Soldado Noelio:

Outros deputados também entraram no embate sobre quem tem culpa pelo aumento do preço dos combustíveis. Para Queiroz Filho (PDT), o presidente Bolsonaro tem se pronunciado na imprensa responsabilizando os governadores estaduais, o que ele definiu como um equívoco por parte do chefe do Executivo federal.

“O preço do combustível é dolarizado. O valor do barril de petróleo que o Brasil produz é vendido pela Petrobras para fora do Brasil e para o mercado interno em Dólar, e qualquer variação cambial impacta nesse valor”, destacou.

Veja a fala do deputado Queiroz Filho (PDT):

Osmar Baquit (PDT) também participou da discussão, afirmando que o povo acordou e não confia mais na gestão de Bolsonaro. “O povo acordou para saber que tem um governo que não cuida dos pobres, em que a carne, o gás e a gasolina têm preços exorbitantes”, exemplificou.