Silveira foi preso em flagrante dia 16 de fevereiro no Rio de Janeiro. Foto: Agência Câmara.

Como os advogados do deputado federal Daniel Silveira (PSL/RJ) pediram mais prazo para apresentar defesa prévia, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento sobre o recebimento da denúncia contra o parlamentar e a manutenção de sua prisão preventiva, que estava marcado para esta quinta-feira (11).

Silveira foi preso em flagrante após divulgar um vídeo no qual defende medidas antidemocráticas e a instauração de uma ditadura no Brasil, além de instigar a violência contra ministros do STF. A prisão foi convertida em preventiva e mantida pela Câmara dos Deputados.

A PGR atribuiu ao deputado os crimes de coação no curso do processo, incitação de animosidade entre as Forças Armadas e instituições civis e incitação da violência para impedir o livre exercício dos poderes da União.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, sugeriu nesta quinta-feira (11) adiar a análise a respeito da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República para dar mais tempo para a defesa se manifestar.

Porém, o decano da Corte, ministro Marco Aurélio, propôs que o Plenário avaliasse se a prisão preventiva de Daniel Silveira poderia ser substituída por medidas cautelares alternativas. A seu ver, não há mais fundamento para manter Silveira preso, especialmente devido ao fato de ele ser deputado federal.

Alexandre de Moraes disse que irá avaliar, monocraticamente, o pedido de liberdade provisória do parlamentar, mas disse que a decisão não cabe ao Plenário, pois é prerrogativa do relator.

Marco Aurélio argumentou que o assunto passou a ser de competência do colegiado. “Aceito a carapuça em primeiro lugar e digo que devemos homenagear o relator. Mas os atos dele são submetidos ao verdadeiro Supremo, o Plenário. Lembro-me que esse ato [a decretação da prisão de Daniel Silveira] deixou de ser individual para ser colegiado. Posso propor que o tribunal afaste a prisão preventiva, ato que o próprio tribunal implementou, e substitua esse ato por cautelares diversas. A prisão já perdura por 25 dias. Não vejo mais razão para ela ser mantida”, disse.

Ministro Alexandre disse que a proposta era “um desrespeito ao relator”. “Se for assim, amanhã eu trago uma lista de processos em que quero me manifestar e submeto ao Plenário”, argumentou.

“Não estou desrespeitando o relator, ainda mais se o relator é um xerife”, respondeu Marco Aurélio.

O ministro Dias Toffoli, então, apontou que o relator pode, sozinho, decidir se substituiu a prisão preventiva do deputado Daniel Silveira por medidas cautelares. E lembrou que o julgamento foi adiado a pedido da defesa.

O presidente do STF, Luiz Fux, então, aceitou a proposta de Alexandre de Moraes e adiou o julgamento, sem submeter ao Plenário a análise da revogação da prisão preventiva do parlamentar como tinha proposto Marco Aurélio.

Fonte: site ConJur.