Mesmo com candidatura “sub judice”, vereador Marcelo Lemos recebeu R$ 100 mil do PSL. Foto: CMFor.

Em busca de um novo mandato para a próxima Legislatura, os atuais vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza têm recebido recursos para financiar suas campanhas. De acordo com o portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), boa parte dos recursos é oriunda dos próprios parlamentares, de amigos e parentes.

Alguns chegaram a receber recursos através de financiamento coletivo e outros contaram com a ajuda do Fundo Partidário. No entanto, poucas foram as agremiações políticas que, até o momento, destinaram alguma quantia para os postulantes que tentam reeleição.

De acordo com a legislação eleitoral, em vigor desde o ano passado, o valor doado pelo próprio candidato não pode ultrapassar 10% do limite de gastos para o cargo disputado. O valor máximo é determinado a cada eleição pelo TSE  e varia de acordo com o cargo e a cidade. No caso de Fortaleza, a quantia máxima para gastos com a campanha de vereador é de R$ 524 mil.

Ou seja, os postulantes na Capital só podem doar para si até R$ 52,4 mil. Alguns dos postulantes que tentam reeleição chegaram nesse limite. Porém, tem sido comum nas prestações de contas dos candidatos a participação de parentes e amigos nas doações feitas.

O vereador Marcelo Lemos (PSL), que está com candidatura “sub judice”, recebeu R$ 100 mil de seu partido para investir na campanha eleitoral, o maior valor até aqui. As receitas totais da candidatura do postulante é de R$ 117 mil, sendo R$ 17 mil investimentos dele.

No entanto, quem recebeu a maior quantia para a disputa eleitoral deste ano na Capital entre os vereadores que tentam reeleição foi Priscila Costa, do PSC. A parlamentar recebeu R$ 200 mil do empresário Igor Queiroz Barroso. Ela, por outro lado, investiu até agora apenas R$ 8 mil em sua tentativa de reeleição.

Vice-presidente da Câmara Municipal, Adail Júnior (PDT), recebeu R$ 44 mil, incluindo doações de alguns parentes. Ele doou para si R$ 37 mil. Já o presidente da Casa Legislativa, Antônio Henrique (PDT) doou para si R$ 20 mil de um total de R$ 87 mil arrecadados entre amigos e familiares.

Alguns candidatos, porém, receberam quantias de seus partidos. A vereadora “Bá”, por exemplo, registrou recursos no valor de R$ 14 mil, sendo R$ 1,7 mil do Progressistas (PP).

Os maiores valores oriundos de agremiações foram doados pelo PROS, partido que tem três vereadores na Câmara Municipal. Sargento Reginauro declarou recursos no valor total de R$ 90 mil, sendo R$ 30 mil do senador Eduardo Girão (Podemos), R$ 30 do PROS e R$ 16 mil do próprio candidato. Márcio Martins também recebeu R$ 30 mil do partido, com R$ 1 mil de financiamento coletivo. Já Julierme Sena totaliza R$ 65 em recursos, dos quais R$ 30 mil também oriundos da agremiação.

Benigno Júnior (PP) investiu apenas R$ 3 mil de R$ 57 mil da sua campanha. A maior parte, R$ 40 mil, foi doada por José Adauto Bezerra Júnior. Cláudia Gomes (DEM), até aqui, investiu, sozinha, R$ 33,5 mil em sua candidatura, enquanto que Didi Mangueira (PDT) registrou recursos próprios no valor de R$ 45 mil.

Dr. Porto (PDT), que também está com candidatura contestada, recebeu recursos totais no valor de R$ 64,8 mil, sendo R$ 8 mi de financiamento coletivo e R$ 21 dele mesmo. Com quase R$ 100 mil arrecadados, Elpídio Nogueira (PDT) investiu R$ 30 mil em sua campanha.

Evaldo Lima, do PCdoB, conseguiu recursos totais no valor de R$ 16,1 mil, sendo R$ 2,1 mil oriundos do seu partido. Frota Cavalcante (PSD), por sua vez, registrou um total de R$ 146 mil, sendo R$ 52 mil do próprio candidato e R$ 4 mil do irmão, o deputado estadual Walter Cavalcante (MDB), candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Heitor Férrer (SD).

O vereador Iraguassú Filho (PDT) investiu R$ 30 mil na própria campanha, enquanto seu pai, o ex-vereador Iraguassu Teixeira, doou R$ 3,5 mil. John Monteiro (PDT) registrou recursos totais no valor de R$ 29 mil, doação feita por familiares.

Familiares

Paulo Martins (PDT) registrou recursos totais no valor de R$ 65 mil, sendo R$ 45 mil do próprio candidato, R$ 10 mil do pai, o ex-vereador Adelmo Martins, e R$ 10 mil da mãe. Plácido Filho (PSDB) também contou com o apoio de familiares. Na prestação de contas, o tucano declarou ter recebido R$ 76 mil para a campanha, sendo R$ 48 mil dele e R$ 25 mil da esposa.

Renan Colares (PDT) declarou ter recebido R$ 48 mil para a campanha, dos quais R$ 23 mil de doação feita pelo pai, o deputado estadual Fernando Hugo (PP). Ziêr Férrer (PDT) recebeu R$ 52 mil sendo R$ 43 mil do candidato e o restante de familiares e amigos.

PT

A vereadora do PT, Larissa Gaspar, registrou recursos totais no valor de R$ 84 mil, sendo R$ 40 mil da própria candidata e R$ 30 mil da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). A executiva municipal da legenda repassou R$ 4 mil para a parlamentar.

Marília do Posto recebeu R$ 5 mil do PSB, enquanto que Marta Gonçalves (PL) investiu o mesmo valor na própria campanha. Odécio Carneiro (SD) recebeu R$ 20 mil do Solidariedade.