A Secretaria da Mulher da Câmara vem promovendo diversos movimentos para o apoio feminino na política, como a cartilha ”Mais Mulheres na Política”, e também combatendo a violência de gênero; tema da segunda edição da campanha. Foto: Reprodução/ Câmara Federal

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados lançou nesta semana a segunda edição da campanha contra a violência de gênero na política.

O propósito da campanha é discutir mecanismos que estimulem a participação das mulheres nos processos políticos e combatam a violência política de gênero nesses espaços.

Esse tipo de violência repete situações vividas historicamente por mulheres como desqualificação moral, depreciação, uso de estereótipos, piadas e a falta de igualdade de oportunidades. Contudo a Secretaria ressalta, que em tempos de pandemia, foram identificadas novas formas de violência, desta vez pela internet, como a invasão de reuniões on-line para importunar pré-candidatas e formadoras de opinião nos espaços virtuais.

Apoio do TSE

Em Agosto deste ano, integrantes da bancada feminina pediram ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, a realização de campanhas de conscientização para combater a violência de gênero dentro da política. ”Não basta não ser fácil conseguir chegar a um espaço de poder: permanecer, muitas vezes, é uma batalha diária em função das ofensas, violências e humilhações a que muitas mulheres são submetidas”, desabafou a deputada Sâmia Bomfim (Psol/SP) na ocasião.

A 1ª secretária da Câmara, deputada Soraya Santos (PL/RJ), lembrou outro ponto que afasta as mulheres da política: as campanhas difamatórias realizadas contra elas ou suas famílias. ”Ninguém está aqui porque é bonitinho, é feio, é gordo, é magro. A gente está aqui porque foi eleito por uma parcela da população. Não dá para você construir uma política saudável atacando a mulher de um deputado ou atacando uma deputada ou seus filhos de forma vil” comenta a deputada.

Atualmente o TSE desenvolve a campanha ”Mais mulheres na política: a gente pode, o Brasil precisa”, para inspirar mulheres a ocuparem cargos políticos e mostrar que o aumento de lideranças femininas é bom para toda a sociedade.

Pouca representatividade 

A população feminina é um pouco mais da metade da população brasileira, mas está longe de conseguir eleger representantes na mesma proporção. Em 2018, foram  77 mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados (15%). Embora seja um número pequeno, representou um avanço em relação à eleição anterior, em 2014, quando foram eleitas 51 deputadas (10%).

Um ranking de participação de mulheres no Parlamento elaborado em 2017 pela ONU Mulheres, em parceria com a União Interparlamentar (UIP), colocou o Brasil na 154ª posição, entre 174 países analisados. Entre 33 países latino-americanos e caribenhos, o Brasil ficou com a 32ª posição em mulheres nos parlamentos nacionais, estando à frente somente de Belize (3,1%).

Fonte: Câmara dos Deputados