Senador José Serra (PSDB/SP) tem 78 anos. Foto: Agência Senado.

Por determinação do juiz da 1ª Zona Eleitoral, a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo deveriam cumprir quatro mandados de prisão temporária e a 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu nesta terça-feira (21).

Uma das buscas seria em imóveis do senador José Serra (PSDB-SP), que teria recebido doações eleitorais não contabilizadas (caixa dois) de R$ 5 milhões na campanha de 2014.

A busca, no gabinete de Serra no Senado Federal, no entanto, foi impedida por decisão do presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre, e posteriormente suspensa por ordem do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal.

O senador, de 78 anos, afirmou em nota que foi surpreendido por mais uma operação da Polícia Federal contra ele na manhã desta terça-feira (21).

Além de negar as acusações, diz que jamais foi ouvido sobre o caso. O ex-governador afirma que a decisão da Justiça Eleitoral foi “baseada em fatos antigos” e em investigação até então desconhecida por ele e por seus advogados.

Ainda diz lamentar a “espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país” e reforça que “jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública”.

Por fim, o senador diz confiar no Poder Judiciário e “espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível”.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (21) a operação paralelo 23, ligada à suspeita de caixa dois na campanha do senador nas eleições de 2014. A PF prendeu José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, do setor de planos de saúde.

A operação também incluía cumprimento de mandado de busca e apreensão no gabinete de Serra em Brasília, mas a diligência foi barrada pelo Senado e depois suspensa pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Eis a nota oficial divulgada pela assessoria do senador:

“O senador José Serra foi surpreendido esta manhã com nova e abusiva operação de busca e apreensão em seus endereços, dois dos quais já haviam sido vasculhados há menos de 20 dias pela Polícia Federal. A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido.

José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos. Importante reforçar que todas as contas de sua campanha, sempre a cargo do partido, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Serra mantém sua confiança no Poder Judiciário e espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível, para evitar que prosperem acusações falsas que atinjam sua honra.”

Fonte: site ConJur.