Trabalhos de instalação do hospital iniciaram no dia 23 de março e seguem até o dia 20 de abril. Foto: Ascom/PMF.

A Organização Social de Saúde (OSS) Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM) é a responsável pela implantação, gerenciamento e gestão do Hospital de Campanha construído em Fortaleza para o enfrentamento do coronavírus na Capital cearense. A entidade privada atuará por um período de quatro meses e foi contratada pelo valor global máximo, como explica a secretária de Saúde, Joana Maciel, que pode chegar a até R$ 95,9 milhões.

O Hospital de Campanha de Fortaleza está sendo construído no estádio Presidente Vargas e já gerou diversas críticas por parte de opositores da gestão do prefeito Roberto Cláudio, que questionaram o uso do equipamento esportivo em detrimento de hospitais privados da cidade que possuem leitos hospitalares ociosos.

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Governo do Ceará assumirá controle de leitos de hospitais privados para enfrentar coronavírus

Diante da polêmica, o Governo do Estado se adiantou e passou a assumir o controle de hospitais privados da Capital, conforme mostrado pelo Blog do Edison Silva. De acordo com a medida da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Hospital Batista Memorial e o Hospital Pronto Socorro dos Acidentados cederão todos os leitos e equipamentos médicos, incluídos aqueles de uso em UTI, que estejam disponíveis, por se encontrarem ociosos, desativados ou não utilizados pela unidade hospitalar.

O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), da Universidade Federal do Ceará  (UFC), também foi incluído no ato publicado no Diário Oficial do Estado nesta semana.

De acordo com decreto municipal assinado pela secretária de Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, a Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina foi contratada por R$ 95 milhões para implementação, gerenciamento e gestão do Hospital de Campanha instalado na cidade. A dispensa de licitação para esta contratação se deu como “medida excepcional de enfrentamento a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do surto de coronavírus”.

Na semana passada, a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou projeto de Lei que autoriza que as contratações públicas destinadas ao atendimento da área de saúde pública, no período de emergência, poderão ser realizadas com dispensa de licitação. Na ocasião, os parlamentares também se debruçaram sobre decreto da Prefeitura que reconhece o estado de Calamidade Pública na Capital cearense até o dia 31 de dezembro deste ano.

Valor máximo

De acordo com a secretária de Saúde do Município, Joana Maciel, o montante de R$ 95,9 milhões é referente ao valor máximo que poderá ser  investido pela Prefeitura no hospital de campanha. Segundo ela, somente de equipamentos e para eventual necessidade de extensão do período de funcionamento e de implantação de UTIs, o total de gastos pode chegar a mais ou menos R$ 46 milhões, somando-se mais R$ 36 milhões para todo o custo de pessoal e insumos necessários ao funcionamento, inclusive medicamentos, EPIs e médicos ao longo do tempo. Casos os leitos de enfermaria sejam transformados em leitos de UTI, o montante pode saltar para até R$ 50 milhões no mesmo período.

“O mercado nacional e até internacional está muito complicado para conseguir esses equipamentos, por isso a gente colocou o valor máximo dentro desse contrato para depois não ter que aditivar”, disse a gestora da Saúde da Capital. Segundo ela, a Prefeitura trabalhar com todos os cenários possíveis, visto as dificuldades de conseguir tais equipamentos e até mão de obra. “Esse é outro desafio”, salientou.

Obra

A Prefeitura de Fortaleza deu início à construção do hospital temporário no Estádio Presidente Vargas, com capacidade de 204 leitos, para atender eventuais pacientes de coronavírus, no dia 23 de março. O espaço contará com 3.500m² de área climatizada com base em concreto, estrutura metálica e lonas com divisórias para acomodar os pacientes em isolamento.

O novo equipamento contará com leitos para internamento que podem ser usados como Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). As equipes trabalham para finalizar os serviços até o dia 20 de abril e seguem todas as precauções com a higiene e segurança de seus profissionais com a utilização de máscaras, luvas e álcool 70%.

O hospital temporário contará, também, com contêineres separados para o armazenamento dos equipamentos de proteção individual dos profissionais da saúde, além de farmácia e demais espaços administrativos para garantir seu funcionamento.

Nova atualização feita às 12 horas desta sexta-feira (10).