Ainda de acordo com ele, durante sua vida pública, "sempre entreguei aquilo que a população esperou de mim. Talvez seja a hora de cuidar da minha vida, dos meus filhos e netos". "Os tempos estão muito estranhos. Talvez eu esteja ficando uma pessoas fora da moda, mas parei muitas vezes para pensar se valia a pena desistir de defender a decência, justiça, igualdade. O balanço final é que vale a pena", afirmou.
Além de Lula e Ciro Gomes, também estiveram no Ceará durante o primeiro turno da campanha alguns candidatos a presidente da República: Simone Tebet (MDB), Léo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB). Os demais não colocaram o Estado como prioridade neste momento da disputa.
No início desta semana, em entrevista ao Flow Podcast, Ciro Gomes afirmou ter sido traído por lideranças políticas que ajudou a construir, afirmando, inclusive, que isso teria ocorrido por conta de dinheiro. O pedetista também tem dito não ter vontade de voltar ao Ceará. Ele tem amargado um terceiro lugar nas pesquisas de intenções de votos no Estado, diferente de outros pleitos em que sempre se consagrou vitorioso em seu berço político.
Adversários políticos de Ciro, duvidam, enfatiza o periódico, "que haja um rompimento na família. O ex-senador Eunício Oliveira (MDBCE) vê o movimento como “jogo de cena” para garantir cargos, caso o PT ganhe o governo do Ceará. “Eles não brigam entre eles, não. Eles querem uma boquinha porque perderam o Brasil. O Ciro destruiu tudo, ninguém pode ser ministro de um nem de outro”.
Ciro, para manter-se na terceira posição na sucessão presidencial, evidente, precisa de votações expressivas fora do Ceará, mas o sufrágio dos cearenses ajuda consideravelmente, e pela sua simbologia, tem um significado único, o de que o candidato é realmente líder e respeitado na sua terra (ele nasceu em São Paulo, mas desde criança mora do Ceará)
O senador Cid Gomes, muito antes da escolha de Roberto Cláudio como candidato do PDT ao Governo do Estado, sempre quando era abordado se seria ele o candidato a governador para manter a aliança do seu partido com o PT, dizia estar despedindo-se das disputas eleitorais para cuidar de sua vida empresarial.
Hoje, mesmo não existindo o impossível na política, a porta de passagem de Ciro para pedir votos para Lula no Ceará, ou em qualquer outra parte do País, está travada. Não é fácil destravá-la.
A polarização entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro, também o prejudica no Ceará. Perder no Ceará, para um ou os dois principais concorrentes, pode deslustrar a sua vitória pessoal de manter-se como a terceira força política nacional.
Os posicionamentos de Ivo Gomes revelam uma tensão existente dentro da família que liderava até então a base governista no Ceará. Aparentemente, existe uma ruptura política na base governista bem como uma desavença entre os irmãos Cid, Ciro e Ivo Gomes.
Como o ex-presidente Lula, também, tem entrado na disputa local, dialogando com Camilo Santana, bem como com lideranças de partidos aliados, como o próprio Tasso Jereissati e a direção do PSB, na figura de Carlos Siqueira, de algum modo, o pleito no Ceará tem chamado a atenção dos líderes petistas.