Desta vez o tema foi levado à tribuna pelo deputado Fernando Santana, presidente da CPI da Enel. Foto: ALCE

Os serviços prestados pela empresa Enel voltaram a ser motivo de críticas de deputados da Assembleia Legislativa, durante sessão ordinária, na manhã desta quarta-feira (06). Os parlamentares reforçaram convite para o chamado “Dia D” de mobilização contra a fornecedora de energia e criticaram a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministerio Público Federal (MPF).

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, o deputado Fernando Santana (PT) lembrou caso inusitado ocorrido no Município de Forquilha, quando a empresa cortou a energia de um posto de atendimento da própria fornecedora. “Isso mostra o despreparo dessa empresa, que vem sucateando seus serviços. Nós realizamos reunião na CPI para entregar à sociedade cearense um relatório firm, contundente de tudo o que já apuramos dessa empresa perversa”.

Ele destacou a realização do chamado “Dia D” de ações contra a empresa Enel, que acontecerá dia 15 de março em diversas regiões do Ceará, com a participação de muitos parlamentares. “Será um dia de grande mobilização para que a gente possa juntar as queixas da população, que a gente possa robustecer nosso relatório, em defesa da população do Ceará. É uma empresa covarde, perversa e desumana, que leva o dinheiro suado do povo do Ceará para a Itália”, disparou.

Relator da CPI da Enel, o deputado Guilherme Landim (PDT) que a Casa não tem poder de “mandar essa empresa embora”, mas conseguiu mobilizar a população. “Nós precisamos cobrar a responsabilidade da empresa, mas também da Aneel e do Ministério de Minas e Energia, que são os responsáveis por fiscalizar essas empresas que têm concessão federal. O Judiciário precisa se posicionar. Não estamos vendo o Ministério Público Federal agir. Cadê o Ministério Público Federal?”, questionou.

Para Fernando Santana, se não houvesse o trabalho da CPI a situação estaria pior para os cidadãos cearenses. “A Enel pelo menos procurou esta Casa. Pelo menos um plano de expansão eles estão querendo mostrar. Ela está lutando para renovar o contrato, mas como não sabe se vai renovar, está sucateando os serviços”.

“Eu sinto porque nós, que somos do Interior, quando relampeja, a gente tem falta de energia. As pessoas passam até 48 horas sem energia. Exalto essa Casa e quero que Unale esteja aqui, juntamente com outras casas legislativas, para colocar essa Enel para fora do Brasil”, defendeu o deputado Stuart Castro (Avante).

Missias Dias (PT) defendeu medidas mais firmes contra a empresa, visto os prejuízos que a população vem sofrendo. “A gente tem que tomar providência penso que o Judiciário brasileiro precisa tomar uma atitude. O Ministério Público está fazendo ouvido de mercador. Não estamos pedindo favor, estamos pagando um serviço de péssima qualidade”, disparou.

Estado

Moésio Loiola (PP), por sua vez, sugeriu que a assessoria jurídica da Assembleia Legislativa fizesse um levantamento sobre as ordens de serviço da Enel, para que essas sejam zeradas, o que na opinião dele seria uma ação mais eficiente. Gabriella Aguiar (PSD) reforçou o convite para o dia de mobilização contra a Enel, que será realizado no Município de Tauá e abrangerá toda a região dos Inhamuns.

Fernando Santana voltou a defender reunião com a bancada federal do Ceará para que os parlamentares da Câmara Federal possam fazer cobranças junto a Aneel. “Essa Aneel nada faz em benefício ao povo do Estado do Ceará. É um puxadinho para beneficiar a Enel”.