Carlos Siqueira, Geraldo Alckmin, Lula e Gleisi Hoffmann. Foto: Reuters/Carla Carniel/Direitos Reservados.

A bancada do PSB na Câmara dos Deputados protocolou ontem, na segunda-feira (5), na secretaria-geral da Mesa Diretora ofício informando que o partido deixará o bloco partidário que reúne siglas como o PP, de Arthur Lira (AL), e a União Brasil.

O ofício foi assinado por 10 dos 14 parlamentares. Endereçado a Lira, ele é assinado pelo novo líder da legenda, Gervásio Maia (PB).

Segundo membros do PSB, a única decisão tomada, até o momento, é a saída do grupo partidário. Não há definição se o partido irá integrar o segundo maior bloco da Casa, que reúne PSD, MDB, Republicanos e Podemos.

A saída coincide com movimentos de articuladores do governo Lula de aproximação com candidatos à sucessão de Lira na presidência da Câmara, que ocorrerá em fevereiro de 2025. O alagoano não pode concorrer à reeleição e pretende transferir o capital político que tem na Casa a um sucessor.

Segundo relatos, Lira não tem citado nominalmente a quem dará o seu apoio, mas dois nomes despontam na corrida: o atual vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), líder da União Brasil na Casa.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, nega interferência do governo para a saída da sigla da base de apoio a Lira. Segundo ele, há cerca de dez dias os deputados do partido decidiram deixar o bloco, alegando insatisfação com o funcionamento do grupo.

Mas não houve qualquer pedido do governo neste sentido. “Agora, os deputados ficam livres para compor com o que for mais interessante, talvez até mais próximo do governo.” “Não foi o governo que nos pediu. Ninguém nos pediu”, disse Siqueira.