Ato de filiação de Cid Gomes e Izolda Cela ao PSB. Foto: Divulgação.

A filiação do senador Cid Gomes (ex-PDT) e da professora Izolda Cela (estava sem partido), ex-governadora do Ceará, e cerca de 40 prefeitos ao Partido Socialista Brasileiro – PSB (filiados ao PDT), realizada nesse domingo (4) no Marina Park Hotel, em Fortaleza, foi prestigiada por lideranças nacionais da legenda. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; o ministro Márcio França (Empreendedorismo Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), o senador Jorge Kajuru (GO), a deputada federal Lídice da Mata (BA), deputado federal Pedro Campos (PE) e o governador do Maranhão, Carlos Brandão, compareceram.

O local ficou pequeno para acolher as centenas de políticos e simpatizantes que vieram do Interior do Ceará. Muita gente ficou de fora do Salão Atlântico e não foi providenciado telão para eles acompanharam a solenidade. Por causa da presença do vice-presidente Alckmin, o controle da entrada no evento ficou por conta da segurança do Palácio do Planalto – que não conhece os cearenses – e isso causou confusão. O socialista vice-prefeito de Juazeiro do Norte, capitão Giovanni Sampaio, por exemplo, foi barrado. Profissionais da imprensa, que queriam fazer a cobertura, também não puderam entrar sob o argumento dos seguranças de que a capacidade máxima  do local estaria completa.

Cid Gomes, no seu discurso, disse que a tarefa dele agora é viajar aos municípios cearenses para conseguir o maior número de filiações de vereadores, já que o período da “janela partidária”, quando os parlamentares municipais poderão mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato, está próximo.

Irmãos

O senador fez questão, durante a sua fala, de chamar os dois irmãos – Ivo Gomes (prefeito de Sobral) e Lia Gomes (deputada federal) – para tirar uma foto. Ele também chamou de irmão o senador Camilo Santana, licenciado do Senado para comandar o Ministério da Educação. “Eu queria evitar expressão familiar, mas eu vou dizer: meu caro irmão Camilo Santana”, afirmou Cid, ao cumprimentar ministro. “Quando eu procurei Camilo para ser o governador, não era para ser capacho meu. […] Eu procurei para ele ser um governador de estado melhor do que eu. E digo sem problema de vaidade: Camilo é hoje a maior liderança de estado do Ceará e eu me orgulho disso.”

Cid disse que alguns deputados estaduais e federais, que hoje continuam filiados ao PDT, também deverão acompanhar o grupo na migração para o PSB. Mas isso depende de decisão judicial já que eles pediram desfiliação alegando perseguição política. Caso a Justiça Eleitoral não concorde, a mudança partidária deve acontecer apenas na janela partidária de março de 2026.

A única referência que Cid Gomes fez ao irmão Ciro foi quando citou os governadores antecessores e afirmou que Ciro “foi um grande governador”.

A filiação de Cid Gomes e de Izolda Cela mantém o grupo político como aliado do governador Elmano de Freitas (PT), revertendo o rompimento do PDT que aconteceu nas eleições de 2022. Na época, PT e PDT desfizeram uma aliança política de 15 anos por divergências na escolha do candidato a governador.

O PDT concorreu em 2022 com Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, que foi indicado candidato após derrotar, na disputa interna, a então governadora Izolda Cela, nome preferido de Cid e de Camilo Santana. Quem saiu vitorioso, no primeiro turno, foi o governador Elmano de Freitas (PT).