André Figueiredo, ao lado do prefeito Sarto, do ex-prefeito Roberto Cláudio, de deputados e vereadores, anuncia o retorno ao comando do PDT do Ceará. Foto: Divulgação

Após menos de três meses na presidência interina do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Ceará, o senador Cid Gomes foi retirado do comando da sigla pelo presidente da legenda, o deputado federal André Figueiredo, que também preside, embora de forma interinamente,  a legenda em nível nacional. De acordo com o dirigente, Cid não obedeceu acordos que foram firmados para que ele se mantivesse comandando o grêmio.

O estopim para a tomada de decisão de André Figueiredo, com o apoio do ex-prefeito Roberto Cláudio, Ciro Gomes e do prefeito Sarto, foi o fato de Cid Gomes ter colocado para votação, em reunião da sexta-feira passada, a discussão sobre ingresso na base governista de Elmano de Freitas. De acordo com o que ficou acertado entre as partes, esse debate não entraria na pauta enquanto o senador estivesse no comando interino da sigla.

Vale salientar que o governador Elmano de Freitas foi eleito, há exatamente um ano, já no primeiro turno, em disputa que ficou marcada pelo racha entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o PDT, o que culminou em uma desavença entre pedetistas aliados da gestão e opositores. Então candidato do Partido Democrático Trabalhista, Roberto Cláudio ficou na terceira colocação.

Segundo informou André Figueiredo, quando ele se licenciou da presidência estadual do partido, havia como premissa algumas questões que foram debatidas entre ele, Cid Gomes, o presidente nacional Carlos Lupi (que está licenciado) e Manoel Dias. A primeira dizia respeito à pacificação partidária, que segundo o dirigente, se aprofundou nos últimos três meses.

O segundo ponto, solicitado por Lupi, proibia a concessão de cartas de anuências sem aviso prévio, o que foi feito no caso do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão. A terceira definição do acordo proibia qualquer deliberação sobre o Governo Elmano de Freitas sem diálogo interno entre Figueiredo, Cid Gomes e carlos Lupi.

“Nada disso aconteceu e já estava pautado o apoio ao Governo Elmano sem ser divulgado previamente, tendo uma resolução que proíbe que haja participação de filiados em governos que não ajudamos a eleger. Tudo isso culminou no desfecho da reunião de sexta-feira”, informou. Ele afirmou que um “companheiro histórico” foi tratado com palavras “nada adequadas”.

No fim de semana, André Figueiredo se reuniu com outros quadros do PDT local e ficou definido que ele voltaria à presidência estadual da sigla e tentar diálogo com Cid Gomes, o que afirma estar cada vez mais difícil. “Mas o PDT precisa andar. Temos o prefeito da quarta maior cidade do País e não podemos colocar querelas partidárias dentro dos riscos que a política oferece”, disse.

Ele afirmou, ainda, que a gestão Sarto está numa crescente e é preciso fazer com que o partido demonstre que seus candidatos, não somente em Fortaleza, mas em todos os municípios cearenses, podem contar com a direção partidária, “para que a gente possa fortalecer nossa caminhada”.

Veja a nota emitida por André Figueiredo sobre a decisão tomada hoje:

Após algumas tentativas sem sucesso de restabelecer a união partidária, anuncio meu retorno à presidência do PDT Ceará a partir da data de hoje, 2 de outubro. Agradeço aos préstimos do Senador Cid Gomes pela interinidade, mas entendendo o clamor de quem vem construindo o partido há quase quatro décadas e sentindo a necessidade dessa compreensão, voltamos para conduzir os rumos do Partido Democrático Trabalhista no estado.

Reafirmo nosso desejo e esforço de sempre buscar apaziguar relações e estabelecer a unidade da sigla, para que assim, possamos garantir a continuidade do desenvolvimento do PDT.

Consideramos fundamental a manutenção de um projeto que trouxe e continua trazendo grandes avanços para toda a população cearense, e trabalharemos pelo fortalecimento da presença pedetista no executivo e legislativo em todos os municípios do Ceará.

Ascom Dep. Federal André Figueiredo