Deputado Renato Roseno. Foto: Miguel Martins.

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta quarta-feira (16), o deputado Renato Roseno (PSOL) voltou a defender a criação de uma rede de apoio para crianças e adolescentes que perderam pais e responsáveis em razão da pandemia da Covid-19.

O parlamentar participou de reunião com o Comitê de Responsabilidade Social (CRS) e Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia, visando articular esse grupo para atender aos chamados “órfãos da pandemia”.

“Temos notícias de que quintuplicou o número de crianças em abrigos nos últimos dois anos e sabemos que muitas dessas crianças ficaram na orfandade por conta da pandemia. Diante disso, nós necessitamos de uma grande articulação, de uma grande política pública robusta e sólida, para todo o Ceará, para que possamos dar conta desse desafio, que será de pelo menos duas décadas”, defendeu o parlamentar.

Essa tem sido uma pauta levantada pelo socialista desde o ano passado, quando entidades apresentaram os dados sobre o número de crianças e adolescentes que perderam seus responsáveis para a Covid. Segundo Roseno, a criança nessas condições se vê em uma situação economicamente e socialmente mais vulnerável em virtude do trauma de ter perdido um pai, mãe ou avó.

Para ele, é necessária uma política especial para essa infância e adolescência que teve ceifado o vínculo mais profundo que um ser humano pode ter. O deputado defendeu a necessidade de um amparo legal para esses órfãos. “Precisamos de um marco legal para essa situação, de uma lei para que essas crianças possam ter um apoio material, por via de transferência de renda ou subsídio, por terem perdido pai ou mãe durante a pandemia”.

Ainda segundo Roseno, algumas urgências precisam ter uma atenção maior. “É importante a identificação e a visibilidade desses jovens. Saber quem eles são, onde estão, com quem estão, em qual situação. Também é fundamental estabelecer um grande processo de proteção psicossocial, pois não queremos que essas crianças passem por esses traumas sem nenhum apoio”, destacou.