Governador Camilo Santana (PT) faz prestação de contas para os deputados na Assembleia Legislativa do Ceará. Foto: Carlos Gibaja/Gov.Ce.

O governador Camilo Santana cumpriu, na Assembleia Legislativa cearense, nesta quarta-feira (02/2), quando da sessão de instalação do último ano da atual legislatura, sua última obrigação legal de prestar contas aos deputados da execução orçamentária do penúltimo ano do seu segundo mandato como Chefe do Executivo cearense. Mesmo se não estivesse prestes a renunciar, para efeito de desincompatibilização, e ficar apto a disputar o mandato de senador da República, nas eleições deste ano, o ato desta quarta-feira também seria o último, pois a prestação de contas deste ano só será feita pelo próximo governador a ser eleito em outubro vindouro em fevereiro do próximo ano, quando será iniciada uma nova legislatura.

O governador falou por mais de uma hora. Fez um relato minucioso das ações governamentais de 2021, enfatizando, sobretudo, a atuação da área da saúde, por certo, a mais preocupante para o gestor e toda a população por conta da pandemia do novo coronavírus. Foi otimista, como todo governante há de ser em relação ao futuro, não deixando transparecer que está prestes a despedir-se do Governo, embora a presença destacada da vice-governadora, Izolda Cela, na mesa principal do plenário da Assembleia, fosse a confirmação da despedida. A vice-governadora, realmente, nunca esteve ausente das ações públicas do Poder Executivo, mas ultimamente ela sempre tem estado na linha de frente dos atos praticados pelo governador que ela acompanha desde o primeiro mandato, pois foram eleitos juntos em 2014.

A sessão de abertura dos trabalhos do ano é diferente das demais. Nela, só o governador fala, evidente, se estiver presente, pois a obrigação de prestar contas anuais ao Legislativo não impõe a presença física do governador, e sim o documento que oficialize a prestação de contas. Esta, porém, pode ser levada, de ordem do governador, por um secretário dele, que, entregando-a ao presidente da Assembleia, na sessão, o documento será lido pelo secretário do Poder Legislativo. A sessão termina imediatamente após a leitura do documento. Não há espaço para fala dos deputados. Estes, nas sessões seguintes, estarão livres para questionar o que disse ou mandou dizer o governador. E geralmente, quase não acontecem discussões sobre as contas do governador, senão quando o Tribunal de Contas do Estado (TCE) emite um parecer sobre as mesmas e os parlamentares da oposição fazem questionamentos em cima do que foi apontado pelos conselheiros do TCE.

Um dos momentos de otimismo do governador Camilo Santana, foi também ao falar sobre o futuro do Estado quanto à produção de energia limpa, quando ele afirmou que o Ceará “pode produzir até 40 gigawatts de energia limpa, o dobro de todo o potencial da Europa. Apenas com os acordos já firmados, iremos superar os 20 gigawatts de geração de Hidrogênio Verde. Não à toa, já temos mais de uma dezenas de protocolos e memorandos assinados com os principais nomes do mercado mundial para instalação de indústrias no Pecém. A primeira delas, em fase experimental, começa a operar ainda neste ano de 2022″. Torçamos, para um futuro auspicioso para o Ceará. Que tudo transcorra como prevê Camilo.

Aliás, no campo da produção de energia limpa, sem a novidade do Hidrogênio Verde, o Governo do Estado, ao longo dos últimos anos fez pouco. Não se conhece, mesmo agora, quais prédios próprios do Poder Executivo aproveitam os benefícios da energia solar. Desde quando se ressalta a importância da energia limpa para o futuro, e dos resultados econômicos do momento, pouco nela tem aplicado o Estado e as prefeituras. Os grandes prédios públicos não aproveitam os seus espaços das coberturas, e muito menos dos terrenos contíguos, para, como fazem proprietários de imóveis privados, instalarem os painéis necessários à produção da energia solar. O Hospital Universitário estadual em Fortaleza, ainda em construção, poderia ser um bom exemplo. E os outros grandes hospitais regionais, idem.

Mas ainda há tempo de o Estado, não só falar dos benefícios da energia limpa, mas de fomentar a sua produção sem a necessidade de interferência de terceiros ou dependência de acordos externos. Já poderia estar utilizando-a, plenamente, nos seus prédios. Um dos elevados gastos com o custeio da máquina é com a energia elétrica. Ademais, com um projeto amplo para o uso da energia solar o Governo influenciaria, significativamente, o setor privado a partir das construtoras que, nos seus projetos de construção de grandes edifícios já colocariam a energia solar como uma das atrações para vendas dos imóveis, enquanto as prefeituras do Ceará possam incluir como obrigações para os novos imóveis a planta de energia solar.

Fala do governador Camilo Santana sobre as energias renováveis: