Vereadora Larissa Gaspar (PT) ao lado de Sarto (PDT), durante entrega de uma Areninha, demanda de seu mandato. Foto: Reprodução/Instagram.

Desde o início da atual Legislatura, duas oposições se formaram na Câmara Municipal de Fortaleza. Uma à esquerda, formada por PT e PSOL, e outra à direita, bolsonarista, constituída por vereadores do PROS, Republicanos e PSC.

No entanto, com o passar dos meses, uma bancada tomou para si o protagonismo oposicionista, enquanto que a outra, conforme levantamento feito pelo Blog do Edison Silva, atua de forma branda, sem muitos ataques à gestão do prefeito Sarto e votando, na maioria das vezes, a favor de projetos oriundos do Governo.

Na disputa eleitoral no ano passado, durante o segundo turno, tanto PT quanto PSOL resolveram apoiar a candidatura de Sarto no segundo turno, contra o candidato derrotado Capitão Wagner (PROS).

No entanto, ao término do processo eleitoral, as duas legendas de esquerda se posicionaram como oposição à gestão do pedetista. Mas no decorrer do ano, enquanto a maior parte da chamada “oposição de direita”, corriqueiramente aponta falhas da administração, os oposicionistas de esquerda têm atuado de forma mais comedida diante o Governo Municipal.

Os dois vereadores do PSOL, Adriana Nossa Cara e Gabriel Aguiar, estão no primeiro mandato parlamentar e isso poderia ser utilizado como justificativa para um embate mais acanhado com a administração. No entanto, entre os petistas titulares do mandato, Ronivaldo Maia, Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio, já são atuantes no Legislativo de Fortaleza.

Desde que Guilherme Sampaio se licenciou para assumir vaga de deputado na Assembleia Legislativa, há quase quatro meses, Dr. Vicente, que não tem perfil de confronto, passou a atuar na Casa e tem dedicado a causas específicas de seu mandato. Para o líder do PT, Ronivaldo Maia, a sensação de uma oposição mais branda, se comparada com a bancada bolsonarista, se deve ao momento de pandemia, que, segundo ele, afetou setores da administração pública.

“Não somos independentes, somos oposição mais branda. As coisas começam a encaminhar. Você vai ver nossos pronunciamentos sobre a vida real da cidade. Agora que a gente pode visitar os equipamentos, gravar vídeos em hospitais. Tudo isso estava um pouco de fora. Próximo semestre teremos uma postura de mais cobranças. Já está em curso o que chamamos de qualidade da crítica”, disse o parlamentar.

Ele reconheceu, ainda, que a bancada petista pouco se posicionou contra os projetos oriundos do Governo Sarto, em especial, a matéria que tratava a Reforma da Previdência dos servidores municipais. “De fato, quase sempre a gente vota com o Governo. Talvez esteja fraco de oposição porque a gente precisa sair. A oposição de esquerda nunca foi só de tribuna, mas de uma movimentação real e a pandemia impediu isso”, justificou.

Denúncias

A vereadora Larissa Gaspar afirmou que a oposição feita por PT e PSOL é diferente por não se pautar em “ataques pessoais e disputas eleitoreiras”, mas pelas demandas da população. “Buscamos um diálogo respeitoso com a gestão e não deixamos de cobrar as iniciativas que possam melhorar a vida do povo de Fortaleza”, disse. Recentemente, a petista esteve ao lado do prefeito Sarto inaugurando obra que foi demandada pelo seu mandato.

Para Adriana Nossa Cara, a avaliação que se faz de uma oposição branda não estaria levando em consideração denúncias feitas, inclusive sobre a falta de execução do orçamento público. “Nós nos diferenciamos integralmente da direita porque nós criticamos com responsabilidade. Não é a crítica pela crítica, somos uma oposição propositiva”, destacou.

 

Oposição de esquerda na Câmara de Fortaleza:

Ronivaldo Maia, Larissa Gaspar, Dr. Vicente (PT)

Gabriel Aguiar, Adriana Nossa Cara (PSOL)

 

Oposição de direita na Câmara de Fortaleza:

Sargento Reginauro, Inspetor Alberto, Márcio Martins, Julierme Sena (PROS)

Priscila Costa (PSC)

Ronaldo Martins, Carmelo Neto (Republicanos)