Bruno Pedrosa é o autor do projeto que já tramita na Assembleia Legislativa. Foto: ALECE.

Está exposto no projeto de lei (PL) 321/2021 a inclusão do estudo sobre a história de Padre Cícero Romão Batista como disciplina obrigatória nas escolas de Ensino Médio no Ceará.

A proposta é assinada pelo deputado Bruno Pedrosa (Progressistas) e foi apresentada na sessão plenária da Assembleia Legislativa na última quinta-feira (08).

Pedrosa quer homenagear, segundo ele, uma das figuras mais biografadas do mundo, reverenciada pelos cearenses e, principalmente, pelos moradores da cidade de Juazeiro do Norte.

“Existem mais de duzentos livros, sem falar nos artigos publicados na imprensa. Ultimamente sua vida vem sendo estudada por cientistas sociais do Brasil e do exterior. Não foi canonizado pela Igreja, porém é tido como santo por sua imensa legião de fiéis espalhados pelo Brasil”, completa.

O parlamentar cita o estudo da historiadora Jacqueline Hermann que registra que, desde jovem, Cícero tinha uma forte presença do misticismo, anunciando visões e revelações.

Entrou na vida política para “atender aos insistentes apelos dos amigos”, como citou em seu testamento, numa época onde os juazeirenses esboçavam um movimento de emancipação. Antes disso, Padre Cícero era procurado apenas por romeiros e, com a entrada nesse meio, ficou sendo aliado de políticos e autoridades diversas.

“Era muito grande o volume de correspondências que o beato recebia e mandava. Não deixava nenhuma carta, mesmo pequenos bilhetes, sem resposta, e de tudo guardava cópia”, cita o progressista.

Perfil

Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março de 1844, na cidade de Crato, no Ceará. Sua educação formal foi desenvolvida por meio de um tutor, depois se matriculou em uma escola régia, e, por fim, foi enviado para uma escola no sertão da Paraíba.

Seus estudos foram interrompidos com a notícia do falecimento de seu pai, quando ele tinha 18 anos de idade. Seu padrinho, o coronel Antônio Luiz Alves Pequeno, o socorreu em momentos de necessidade e decidiu financiar seus estudos em Cajazeiras/PB. Posteriormente, também depois pagou por seus estudos no Seminário de Prainha, em Fortaleza.

Após a independência de Juazeiro, em 22 de julho de 1911, Cícero foi nomeado prefeito do recém-criado município. Além de ocupar a Prefeitura, foi eleito vice-governador do Ceará em 1914. Participou da , em 1914. Essa revolta tinha o objetivo de depor o governador do Ceará, Marcos Franco Rabelo, com participação do Governo Federal.

Ele afirmava categoricamente que a chefia do movimento – Sedição de Juazeiro – foi do deputado estadual Floro Bartolomeu da Costa. Com a vitória dos insurgentes, Padre Cícero reassumiu o cargo de prefeito de Juazeiro do Norte, do qual havia sido retirado pelo governo deposto, e seu prestígio cresceu.

Sua morte ocorreu no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos, deixando um legado na história política cearense. Por Juazeiro do Norte, além de ter participação na vida política local, Bruno Pedrosa o considera um dos maiores benfeitores da cidade, por ter incentivado a agricultura, a economia, a educação, a imprensa local e a saúde, fora ter doado terrenos seus para a construção de um aeroporto.