O vereador Bruno Mesquita chamou Girão de “senador americano”, uma vez que o parlamentar tem residência nos EUA. Foto: Reprodução/Youtube.

A atuação política dos senadores Eduardo Girão (Podemos) e Cid Gomes (PDT) foi tema de extensa discussão entre vereadores de Fortaleza, durante sessão extraordinária virtual, nesta quinta-feira (22).

De um lado, os aliados de Girão defenderam o posicionamento do parlamentar na discussão sobre a CPI da Covid-19. Do outro, os partidários do senador pedetista destacaram o histórico dele como ex-prefeito de Sobral e ex-governador do Estado do Ceará.

O embate teve início quando alguns vereadores se solidarizaram com o governador Camilo Santana (PT), que mais uma vez, solicitou em suas redes sociais, que a oposição pare de “espalhar fake news e estimular o ódio”.

Durante suas falas, o vereador Adail Júnior (PDT) questionou o interesse de Girão em estender a CPI da Covid-19 para estados e municípios. Bruno Mesquita (PROS) também criticou o parlamentar em que ele disse ter se arrependido de ter votado em 2018.

Em contrapartida, Danilo Lopes (Podemos), disse que seu correligionário está sendo um senador atuante, que não tem faltado às sessões. Para ele, Cid Gomes, por outro lado, se notabilizou por ter jogado uma retroescavadeira sobre policiais e seus familiares. Também em defesa de Girão, Márcio Martins (PROS) afirmou que o senador tem atuado na CPI para fazer “aquilo que o brasileiro quer”.

Júlio Brizzi (PDT) retrucou, afirmando que Cid Gomes teve como ação, durante motim da Polícia Militar em Sobral, o combate ao fascismo. Para o pedetista, apesar do apreço que sente por Girão, “ele está atrelado ao que há de pior na política do Brasil, que é o Bolsonaro. E eu estou do outro lado, com muito orgulho”.

“Político de estimação”

Bruno Mesquita, por sua vez, chamou Girão de “senador americano”, já que o parlamentar possui residência nos Estados Unidos. “Fiquei sabendo agora que ele é senador, porque está perto das eleições e ele quer aparecer. Ser frequente nas votações não é vantagem, é obrigação. Ensine o senador a trabalhar”, afirmou.

O embate sobre as ações dos dois senadores durou praticamente a sessão inteira, com pedetistas, em especial, fazendo a defesa de Cid Gomes e opositores de direita apoiando Eduardo Girão. Para Márcio Martins, fiscalizar os recursos públicos é função do senador e isso evita que irregularidades sejam realizadas. Já Gardel Rolim (PDT) destacou que cada um apoia seu “político de estimação”. “O Cid teve quase o dobro dos votos do Eduardo Girão. Porque o povo reconhece o Cid como um dos maiores políticos do Estado”, disse.