Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deu entrevista coletiva nesta segunda-feira (15) sobre as ações contra a Covid-19. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

Em entrevista coletiva transmitida nesta segunda-feira (15), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, confirmou que o presidente Jair Bolsonaro está discutindo novos nomes para assumir a posição de titular da pasta.

Segundo o noticiário do Jornal Nacional da rede Globo, o médico cardiologista, Marcelo Queiroga, aceitou o convite do presidente Bolsonaro para assumir a pasta. Marcelo é paraibano e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

“O presidente está pensando em substituição, avaliando nomes. O presidente está em tratativas para reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal. Não estou doente. Quando o presidente tomar sua decisão faremos a transição correta, como manda o figurino”, declarou Pazuello.

Na coletiva em que fez um balanço da gestão no combate à pandemia, Pazuello afirmou que cabe ao presidente Jair Bolsonaro definir se e quando efetuará a troca de comando.

“Estou à disposição para ajudar todos que vierem aqui. Isso não é palavra de despedida. Tenho orgulho de estar à frente da pasta cumprindo missão. Não me sinto pressionado por nenhuma notícia ou fake news. O problema é a pandemia, os óbitos. Apoiar todos os brasileiros – esta é a missão”, comentou.

Vacinas

Em meio a críticas sobre a gestão, Pazuello fez um balanço das ações contra a pandemia, em especial os esforços de vacinação. Ele afirmou que a pasta prevê disponibilizar 562,9 milhões de doses em 2021.

Contudo, 110 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca e 30 milhões de doses da CoronaVac previstas no cronograma e que já tiveram recursos alocados ainda não foram efetivamente contratadas, já que o dinheiro não foi pago. Assim, o número de doses efetivamente contratadas até o momento fica em 422,9 milhões.

Nesta segunda-feira (15), a comissão do Senado Federal que acompanha o combate à Covid-19 aprovou requerimento de convocação de Eduardo Pazuello, para prestar informações sobre a disponibilidade e capacidade de ampliar o fornecimento de oxigênio nos estados, em especial em Rondônia, no Acre e no Ceará.

Os senadores também querem que saber das medidas de monitoramento e suporte do governo federal para evitar o colapso do Sistema de Único de Saúde – SUS.

Governadores

Os governadores de Estado participaram, também nesta segunda-feira (15), de audiência pública remota da comissão de acompanhamento das medidas contra a Covid-19.

Ressaltaram que a mudança de comportamento do presidente Jair Bolsonaro, é fundamental, inclusive, para que o ministro da Saúde possa ter autonomia e consiga desempenhar um plano efetivo de combate ao cenário pandêmico em sintonia com estados e municípios.

“O que eu vi, depois de três trocas de ministros que o presidente já fez, é que o problema está nas orientações que o presidente dá. Infelizmente, se não houver mudança nas atitudes do presidente, não há ministro que consiga trabalhar com a sabotagem feita pelo próprio presidente da República às medidas necessárias para o combate ao coronavírus”, disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao ser questionado sobre a saída de Eduardo Pazzuelo da pasta da Saúde.

A mesma opinião foi compartilhada pelo senador Otto Alencar (PSD-BA).

“Agora se anunciam mudanças de um novo ministro. Foi o [Luiz Antôni] Mandetta; foi o Nelson [Teich]; agora, o general Pazuello. E essa instabilidade cria grandes dificuldades, até porque qualquer ministro que quiser assumir o Ministério da Saúde, antes de tudo, tem que ter a autonomia dada pelo presidente da República”, afirmou.

Colapso total

Os governadores alertaram para o risco de colapso total na rede hospitalar, com a falta de leitos para atender pacientes de Covid-19.

Fontes: Agência Senado e Agência Brasil.