Os diálogos foram obtidos pela defesa de Lula depois que Lewandowski ordenou o compartilhamento das conversas com os advogados. Foto: Reprodução/Pedro França.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta segunda-feira (01) o sigilo da reclamação que deu à defesa do ex-presidente Lula acesso às mensagens apreendidas na chamada “Operação Spoofing“, da Polícia Federal.

Trata-se de conversas entre o então juiz federal Sergio Moro e procuradores do Ministério Público no Paraná.

Parte das 49 páginas contendo diálogos já tinha se tornado pública na semana passada, quando o site da revista Veja revelou conversas em que Moro aparece orientando os procuradores do Paraná. O restante do material é inédito e pode ser lido aqui.

Os diálogos foram obtidos pela defesa de Lula depois que Lewandowski ordenou o compartilhamento das conversas com os advogados. Até o momento, a perícia indicada por Lula analisou 1 gigabyte dos 740 ao quais teve acesso.

Em outro documento, em que a defesa do ex-presidente informou Lewandowski sobre o andamento das análises, foi destacada uma conversa entre procuradores no dia em que Lula foi preso.

“TRF, Moro, Lava Jato e Globo tem um sonho: que Lula não seja candidato em 2018 […] E o outro sonho de consumo deles é ter uma fotografia dele [Lula] preso para terem um orgasmo múltiplo, para ter tesão”, afirmou a procuradora Lívia Tinoco, diretora cultural da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Tinoco já havia sido mencionada em uma reportagem do The Intecept Brasil. Na notícia, mandava uma nota da ANPR para Deltan Dallagnol, ex-coordenador da “lava jato” em Curitiba. A procuradora pediu que o procurador aprovasse uma nota da ANPR que elogiava o próprio Deltan.

No informe enviado a Lewandowski nesta segunda, os advogados de Lula afirmam que a fala de Tinoco revelou “o uso estratégico do Direito para fins ilegítimos, além do claro desprezo pela própria integridade física de Lula”.

Fonte: site ConJur.