Vereador mais votado de Fortaleza, Ronaldo Martins publicou vídeo nas redes sociais para explicar seu voto a favor do prefeito Sarto. Foto: Miguel Martins.

Após votação da emenda à Lei Orgânica do Município, versando sobre alterações no que diz respeito ao regime previdenciário de Fortaleza, diversos vereadores foram cobrados pelos servidores municipais e por seu eleitorado. Muitos deles resolveram responder às críticas feitas em redes sociais e através de carros de som que foram colocados estrategicamente em diversos bairros da cidade.

As críticas têm atingido vereadores da base governista do prefeito Sarto, mas também opositores que se posicionaram favoráveis à medida. A proposta recebeu votos a favor de alguns membros da oposição. Outros se colocaram contrários. Há ainda um terceiro grupo que preferiu se ausentar do plenário.

Sob protestos de servidores e vereadores, projeto que modifica a previdência de Fortaleza é aprovado

O  vereador Ronaldo Martins (Republicanos) foi questionado por correligionários, após informações de que ele teria se alinhado à gestão do prefeito Sarto. Opositor com maior votação no pleito do ano passado, o parlamentar afirmou que se mantém na oposição à gestão pedetista e disse que em algumas votações na Casa a bancada do Republicanos poderá se posicionar favorável a projetos oriundos do Governo.

“Estou na oposição, sim. Mas é possível que em algumas votações necessárias, eu e o Carmelo (Neto) tenhamos que analisar nosso posicionamento, como é o caso da Reforma da Previdência”, afirmou Ronaldo Martins. Segundo ele, notícias falsas nas redes sociais davam conta de que ele teria se alinhado ao Governo Sarto em troca de cargos na gestão.

De acordo com o parlamentar, desde que foi aprovada a Reforma da Previdência nacional, estados e municípios estão obrigados a promover adequação ao sistema previdenciário. “Isso é necessário para que o Município possa ter o certificado de regularização previdenciária. O Município ou Estado sem o CRP poderá ser prejudicado e ficar impossibilitado de receber recursos e transferências voluntárias, financiamentos internos e externos”, afirmou.

Ronaldo Martins foi um dos vereadores de oposição a votar favorável ao projeto do Governo. Além dele, se posicionaram também a favor da matéria os oposicionistas: Carmelo Neto (Republicanos) e Bruno Mesquita (PROS). Pedro Matos (PROS), Julierme Sena (PROS) e Danilo Lopes (Pode) votaram contra a proposta de Sarto. Márcio Martins (PROS), Priscila Costa (PSC) e Inspetor Alberto (PROS), por outro lado, se ausentaram da votação.

Os petistas Guilherme Sampaio, Larissa Gaspar e Ronivaldo Maia também se posicionaram contra o texto, assim como os psolistas Gabriel Aguiar e Adriana Nossa Cara. Até então da base governista, a vereadora Ana Paula foi o único membro do PDT a votar contra a proposta do Governo. Ela, inclusive, entrou com mandado de segurança contra a votação da matéria na Comissão Especial.

Reforma

Ronaldo Martins afirmou que a Reforma da Previdência é necessária para evitar que falte recursos para pagamento dos próprios servidores, algo que tem ocorrido em estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, onde salários têm sido parcelados. “As emendas fazem parte do processo de Reforma, mas não tratam ainda de aposentadoria e contribuição. Tudo ainda será analisado, com cautela. Quando a mensagem chegar, estarei disposto a dialogar com todos os servidores. As mudanças são necessárias, mas com diálogo e entendimento”.