Cavalcante terminou o pronunciamento chamando Freire de: “Pilantra! Me processe, deputado”. Foto: ALECE.
O deputado Delegado Cavalcante (PSL) fez críticas, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (24), à gestão e ao presidente estadual do PSL, deputado federal Heitor Freire, candidato a prefeito de Fortaleza. Ex-integrante do partido, André Fernandes (REP) também atacou Freire.
De acordo com o delegado, Heitor Freire tem toda uma história de “má administração do uso de dinheiro público”, por meio do fundo partidário. O parlamentar citou ainda suposta perseguição a ele e ao deputado estadual André Fernandes, não mais filiado ao partido. “É lamentável que o partido tenha caído na mão de um dissimulado e irresponsável, um cidadão de conhecida má conduta”, bradou.
Investigação
Delegado Cavalcante afirmou que o partido é vítima de investigação policial devido aos atos de Heitor Freire. “Logo depois das últimas eleições, descobrimos que o diretório estadual do partido tinha recebido R$ 200 mil do diretório nacional, sendo que o Heitor Freire ficou com uma parte desse valor e investiu o restante em uma candidatura laranja”.
Segundo Cavalcante, foi descoberto ainda suposto acerto de Heitor Freire com a Prefeitura de Caucaia para a nomeação de um secretário de obras. Hoje o PSL indicou o vice na chapa que busca da reeleição do prefeito daquele município, Naumi Amorim (PSD).
O parlamentar citou ainda que Heitor Freire tem atacado com processo bolsonaristas conservadores, que participaram de sua campanha, mas que não aceitam o seu comportamento. Cavalcante afirmou que fez duas representações contra Freire no diretório nacional do partido e lembrou do caso em que chamou de traição ao presidente Bolsonaro, quando um áudio de uma conversa de Jair Bolsonaro com Heitor Freire acabou vazando na imprensa.
O delegado afirmou ainda que Heitor Freire, que foi morar nos EUA em 1999, deixou aquele país fugido, após aplicar golpes em evangélicos.
Gabinete do ódio
Em aparte, o deputado André Fernandes (REP) falou sobre um suposto “gabinete do ódio” que existe no Ceará. Segundo ele, Heitor Freire foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando a existência de um gabinete de ódio, responsável por produzir e distribuir fake news contra autoridades, citando seu nome e o de Delegado Cavalcante como estando relacionados à prática.
“Se todos entrarem na página do Instagram intitulada Ceará Transparente e procurarem, nas informações de conta, por usuários anteriores da conta, vão se deparar com o nome de usuário Lumens Light, que é uma empresa ligada à família do deputado Heitor Freire”, relatou o parlamentar. Segundo ele, na página são encontradas diversas publicações que o atacam, bem como ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ao deputado federal Capitão Wagner (Pros) e ao deputado estadual Delegado Cavalcante.
“Se uma pessoa usa o Instagram de uma empresa dele para alterar o nome com o objetivo de atacar desafetos, eu me pergunto qual é o verdadeiro gabinete do ódio no Estado”, questionou André Fernandes.
Para o deputado Audic Mota (PSB), está latente que um dos graves defeitos da democracia no Brasil, e que deve ser corrigido, é a atuação dos partidos políticos. “Infelizmente, muitos partidos políticos se tornaram verdadeiros feudos”, lamentou.
Para finalizar, Cavalcante afirmou não ter nada contra a pessoa de Heitor Freire, mas pediu que o deixe em paz. Cavalcante visa deixar o PSL, enquanto André Fernandes já se transferiu para o Republicanos e agora o PSL entrou com ação pedindo o mandato de volte, por infidelidade partidária.
Resposta de Freire
Por meio da assessoria de imprensa, Heitor Freire afirmou que as acusações são fruto de desespero. Diz a nota:
“O emaranhado de falsas denúncias de André Fernandes e Delegado Cavalcante é fruto do desespero de quem está na iminência de perder o mandato por descumprimento da legislação eleitoral. O deputado federal Heitor Freire está focado nos problemas do povo de Fortaleza e na apresentação de propostas para endireitar a capital na campanha que começa neste domingo”.
