O MEC tomou essa decisão um dia depois que o Senado Federal votou projeto adiando o exame. Foto: Reprodução/INEP.

O Ministério da Educação (MEC) decidiu adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2020 em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

“As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais”, diz nota conjunta do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O cronograma inicial previa a aplicação do ENEM 2020 impresso nos dias 1º e 8 de novembro. Já os participantes da versão digital, fariam a prova nos dias 11 e 18 de outubro. Mais de 3,5 milhões de candidatos já se inscreveram para o exame.

Para definir a nova data, o Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio.

Mais cedo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, mencionou um possível adiamento do Enem, pelas redes sociais. Em sua conta no Twitter, ele informou que a decisão ocorre “diante dos recentes acontecimentos no Congresso” e após conversas com líderes do centrão.

Estava previsto para esta quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, a votação do projeto de lei (PL) 2623/2020, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que adia o Enem enquanto durarem as medidas sanitárias emergenciais decorrentes da pandemia do novo coronavírus, mas com o adiamento anunciado pelo próprio presidente Bolsonaro nas redes sociais, o presidente Rodrigo Maia retirou de pauta.

“Eu não posso desconfiar da palavra do presidente da República. A matéria irá a voto a qualquer momento se aquilo escrito no Facebook não for confirmado”, disse Maia.

Justiça

A realização do Enem também foi alvo de questionamentos judiciais. Na última segunda-feira (18) a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) pedindo que a decisão de manter o Exame durante a pandemia do novo coronavírus seja revista.

Em abril, o órgão conseguiu uma liminar favorável ao adiamento das datas da prova, mas a medida foi derrubada pelo desembargador Antônio Cedenho atendendo a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).

Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara de Notícias.