Policiais impedem a entrada de manifestantes em área na qual deputados estavam reunidos. Foto: Marcelo Bloc/Blog do Edison Silva.

Uma manhã de muita tensão na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (18). Policiais do Batalhão de Choque foram acionados para impedir a entrada de manifestantes que protestavam contra a Reforma da Previdência estadual. Os policiais utilizaram escudos e spray de pimenta para impedir a invasão do onde ocorriam as reuniões das comissões especiais da Casa.

Às 11h30, os policiais do BP Choque foram acionados emergencialmente para conter manifestantes que tentavam adentrar à Assembleia pelo portão anexo à entrada principal (Av. Desembargador Moreira), portão este que dá exatamente no Complexo das Comissões, local onde grande parte dos deputados estaduais estava reunida para discutir as matérias da Reforma da Previdência.

A segurança estava, mais uma vez, reforçada em todas as entradas no prédio da Assembleia, com policiais permitindo apenas o acesso de servidores da Casa e de profissionais da imprensa.

Confira o momento do enfrentamento entre manifestantes e policiais na porta da Assembleia Legislativa:

Galerias fechadas

A população não teve acesso às galerias do plenário da Casa. A medida foi criticada por diversos parlamentares, inclusive pelo deputado Dr. Carlos Felipe (PCdoB), durante a reunião das comissões conjuntas.

O deputado Soldado Noelio (Pros) criticou a medida durante as explicações pessoais da sessão plenária. “Se alguém sobe até a galeria e lá comete alguma ilegalidade, aí sim é cabida alguma intervenção. Mas impedir o acesso da população é uma ação vergonhosa”, lamentou Noelio.

Decisão da presidência

Na abertura da sessão, que começou à tarde, a deputada Fernanda Pessoa (PSDB) lamentou a proibição do acesso às galerias do plenário. O deputado Renato Roseno (Psol) também o fez, rogando ao presidente José Sarto (PDT) que a questão fosse resolvida antes da sessão desta quinta, quando deve ser votada a Reforma da Previdência.

Sarto assumiu a decisão e justificou. “É decisão dessa presidência para salvaguardar qualquer ocorrência não abrir o Plenário”.

Presente ao Complexo das Comissões, quando houve a tentativa de entrada forçada na Assembleia, o líder do Governo na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania) lamentou o ocorrido. “Realmente a Assembleia Legislativa é a Casa do Povo, porém a guarda da Assembleia, justamente para resguardar a segurança dos parlamentares, dos servidores da Casa, da imprensa e dos próprios manifestantes, fizeram algumas adequações de nível de acesso, um maior controle. Pelo que tomei conhecimento, houve um certo enfrentamento no sentido de tentar forçar uma entrada. Então, apenas lamentar o episódio, mas deixando claro, a Assembleia Legislativa abriu espaço para servidores da Casa, que tiveram acesso às reuniões da comissões e participaram das negociações. Então, pedir paciência, que através do diálogo a gente vai conseguir emendas para melhorar mais ainda esta mensagem que será apreciada no Plenário”, disse, em alusão aos gritos de ordem dos manifestantes, que dizia “a casa é do povo”.