Marcos Sobreira mostrou-se preocupado com a falta de perspectiva para novos empreendimentos do programa. Foto: Marcelo Bloc/Blog do Edison Silva

Deputados estaduais repercutiram, na manhã desta quarta-feira (11), o corte de R$ 1,9 bilhão do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para 2020, anunciado pelo Governo Federal. Marcos Sobreira (PDT) e Edilardo Eufrásio (MDB) lamentaram os cortes e comentaram sobre os males que isto causará à população, especificamente aos cearenses.

Sobreira afirmou que os municípios já vêm sofrendo em assuntos relacionados ao programa e cobrou sensibilidade do Governo Federal. “O município de Iguatu já está demasiadamente prejudicado, por exemplo. Primeiro pelos constantes atrasos no repasse, segundo pela falta de cronograma financeiro, pois não há um cronograma que determine o dia do pagamento, e o empresariado precisa saber que dia será pago ou não os programas habitacionais, para que ele possa pagar o seu funcionário, seus colaboradores, seus fornecedores. E ao mesmo tempo, a perspectiva negativa de ter um corte desse orçamento em quase 50%. Nós temos que sensibilizar, urgente, o Governo Federal, porque alguns municípios sobrevivem do MCMV. No interior do Estado do Ceará, no Centro-Sul cearense, a maior geração de emprego hoje é a indústria da construção civil, através desse programa habitacional”, explicou ao Blog do Edison Silva.

Marcos Sobreira fala da preocupação com o futuro do programa e suas consequências para o Ceará; ouça:

 Preocupação com o futuro

O parlamentar afirma que a verba para as obras em andamento está garantida, mas mostra grande preocupação com o futuro. “A grande preocupação não são as obras que estão em andamento, porque, na verdade, o corte de 41% no orçamento significa o que, que todas as obras que estão em andamento terão o seu dinheiro repassado, mas não haverá novos empreendimentos, não haverá assinatura de ordens de serviço, nada será autorizado novo. E se nós continuarmos nessa pegada, como diz a história, nós vamos chegar no final do ano praticamente com os investimentos de 2019, e sem perspectiva de futuro para 2020 e 2021”, concluiu.

Corte maior do que o anunciado

Edilardo Eufrásio falou das consequências do corte anunciado em cidades do Interior. “Por exemplo, no município de Tejuçuoca estavam previstos 400 unidades, ficou apenas com 48, quer dizer, 10% do que tinha do programa. Esse corte, então, acredito que não seja de 50%, seja mais do que isso, e o prejuízo é grande”, afirmou ao Blog do Edison Silva o parlamentar, que já foi prefeito da cidade citada.

Edilardo Eufrásio foi até Brasília tentar recursos para o programa; ouça:

O parlamentar afirmou ainda que esteve em Brasília, no Ministério da Cidadania, movido pela preocupação em terminar as obras em andamento, pagar o que já foi feito. “Não vi nenhuma perspectiva de orçamento para esse recurso. E aí fica o questionamento: vai chegar o fim do ano, e aí, o dinheiro vai voltar para o Tesouro? Porque não vai ser executado. Esse dinheiro vai para onde? Porque arrecadação tem, o imposta está tendo. Então fica essa pergunta”, concluiu.

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