Ailton Lopes é força interna contra proximidade do PSOL com o PT no primeiro turno. Foto: Divulgação.

Os presidentes das executivas estadual e municipal do PT, Antônio Filho (Conin) e Guilherme Sampaio, procuraram dirigentes do PSOL para traçar uma eventual aliança no primeiro turno das eleições deste ano em Fortaleza e em outros municípios.

De acordo com o presidente da sigla socialista, apesar da proximidade entre as legendas nos últimos anos, não há possibilidade de alinhamento em um primeiro momento. No entanto, ele não descarta proximidade no segundo turno.

Desde as eleições de 2018, quando o PSOL esteve ao lado da candidatura de Fernando Hadadd no segundo turno do pleito eleitoral, os socialistas e petistas se aproximaram em pautas conjuntas, principalmente, na defesa do que eles denominam como “frente de esquerda progressista”.

Além do PSOL, o PT busca proximidade com PCdoB, PSB, PCB e UP, legendas mais à esquerda no espectro ideológico brasileiro. Guilherme Sampaio (PT) afirmou ao Blog do Edison Silva que defende que o PT busque compor uma frente de esquerda no Ceará.

“Penso que essa composição tem a responsabilidade de organizar a resistência ao projeto autoritário e contra os pobres de Bolsonaro, e de apresentar um projeto para Fortaleza que priorize a maioria do povo, diferente do que faz a administração atual, que prioriza os bairros mais ricos”, disse o petista.

Ailton Lopes, por sua vez, disse que apesar da proximidade, as posições do Partido dos Trabalhadores têm sido ruins, principalmente, em gestões estaduais no Ceará e Bahia. “O PT deveria assumir uma postura coerente de não aplicar automaticamente medidas do Bolsonaro, como foi no caso da Reforma da Previdência. A política da Bahia e do Ceará é de repressão das periferias negras. A política de segurança é voltada, exclusivamente, para a repressão, e isso tem sido muito ruim para a política do PT. É antagônica ao que deveria ser”, criticou.

De acordo com ele, em um primeiro turno o PSOL deve apresentar outra alternativa de esquerda, e num eventual segundo turno as duas siglas poderão estar juntas. “No segundo turno pode haver apoio como, inclusive, fizemos na eleição presidencial em apoio ao Haddad, porque estamos vendo o destroço que é o Governo Bolsonaro”.

Apesar de o PSOL ter indicado Renato Roseno como pré-candidato, a legenda realizará congresso estadual no fim de abril para concluir deliberações. O partido deve enfrentar, ainda, uma discussão interna com parte da direção estadual que defende unidade dos partidos de esquerda já no primeiro turno.