HONG KONG, essa ex-colônia britânica, um território autônomo no sudeste da China, centro urbano vibrante e densamente povoado que é também um porto importante e um centro financeiro global de destaque, com um horizonte marcado por arranha-céus, está em convulsão. O distrito comercial que exibe monumentos arquitetônicos como a Torre do Bank of China, de I. M. Pei e também um destino importante para compras, famoso pela alfaiataria sob medida e pelo Mercado Noturno da Rua do Templo, está mergulhado em confrontos violentos.

Segundo o noticiário internacional, a polícia também tinha usado gás lacrimogêneo em um parque onde milhares de manifestantes – muitos bravos ao que dizem ter sido uma resposta pesada da polícia a cinco meses de protestos contra o governo – reuniram-se em uma tarde ensolarada.

Pequenos grupos de manifestantes mascarados fugiram ao distrito comercial Central, por ruas cheias de bancos, joalherias e lojas de roupas famosas, colocando fogo em barricadas de ruas e atirando coquetéis molotov, enquanto a polícia e caminhões de canhões de água aproximavam-se.

Revolta

Manifestantes estão revoltados com o que consideram ser interferência da China nas liberdades de Hong Kong, incluindo seu sistema legal, desde que a cidade passou das mãos do Reino Unido de volta às chinesas em 1997. A China nega a acusação.

Assim que manifestantes majoritariamente pacíficos terminaram de fazer guindastes de origami no Chater Garden, um campo de críquete na época colonial, ativistas começaram a atirar coquetéis molotov nas ruas, à frente da sede do HSBC e na base de Hong Kong do Banco da China. A polícia novamente respondeu com gás lacrimogêneo no 22º fim de semana seguido de protestos.

Manifestantes depois atiraram fogo às entradas de estações de metrô – que são alvos frequentes e encerram os serviços para impedir a reunião de pessoas – e tiraram duas cabines telefônicas do chão para erguer uma das muitas barricadas inflamadas. As perseguições continuaram dentro da noite, com os manifestantes recuando na área de Causeway Bay e ao longo da costa no lado norte, em Kowloon. Algumas lojas e negócios também foram vandalizados, incluindo um Starbucks e uma filial local da agência de notícias Xinhua.

O Starbucks da Maxim’s Caterers tem sido alvo contínuo, depois que a filha do fundador da empresa de Hong Kong condenou os manifestantes no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.

Texto e Fotos:

A.Capibaribe Neto

Especial para o Blog do Edison Silva.