Professores na Câmara Municipal de Fortaleza, na manhã desta quinta-feira, reclamando direitos e a aprovação do projeto do vereador Evaldo Lima. Foto: Blog do Edison Silva.

Professores da rede pública de ensino de Fortaleza lotaram as galerias e auditório da Câmara Municipal, pela segunda vez neste ano, para protestar por mais direitos e contra a proposta “projeto sem partido”. Uma comissão formada por vereadores recebeu os educadores e se comprometeu em aprovar matéria de interesse da categoria ainda neste mês de outubro.

A proposta que tem chamado atenção dos professores é de autoria do vereador Evaldo Lima (PCdoB), e dispõe sobre a liberdade de cátedra dos profissionais em sala de aula. Acontece que alguns parlamentares da bancada religiosa na Casa querem frear determinadas medidas do projeto original, como a que proíbe a filmagem de professores em sala de aula sem seu consentimento.

O vereador Jorge Pinheiro (DC) apresentou cinco emendas ao texto do projeto. De acordo com o autor da proposta, as sugestões de Pinheiro vão descaracterizar a real intenção da proposta que, segundo ele, é manter a integridade e liberdade dos profissionais da educação em sala de aula.

Jorge Pinheiro, por outro lado, protesta contra o que ele chamou de tentativa de alguns professores de implantar a chamada “ideologia de gênero” em sala de aula. Durante reunião com o Sindicato dos Professores, os vereadores da comissão, incluindo o vice-presidente da Casa, Adail Júnior (PDT), se comprometeram com a matéria de Evaldo Lima.

O presidente da Câmara, o vereador Antônio Henrique (PDT), destacou a importância do debate para o futuro do ensino em Fortaleza, ressaltando que a Casa “está de portas abertas” para receber a categoria quando de suas reivindicações.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Didi Mangueira (PDT), também foi designado o relator das cinco emendas de Jorge Pinheiro. Ele informou ao Blog do Edison Silva que vai se debruçar sobre as emendas e dará resposta a todas até o fim do mês.

Evaldo Lima, por outro lado, para atender às reivindicações dos educadores, tem interesse na aprovação da matéria até, no máximo, quinta-feira da próxima semana, uma vez que na terça-feira seguinte, dia 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor.

A Casa está dividida com relação à matéria, entre aqueles favoráveis e contrários. Como os dois vereadores antagonistas fazem parte da base governista do prefeito Roberto Cláudio, a liderança do Governo na Câmara Municipal preferiu não se envolver na polêmica.