Diversas lideranças políticas estiveram presentes no evento. Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert
O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) veio ontem (5) ao Ceará para realizar uma visita às obras da Ferrovia Transnordestina, na cidade de Iguatu. Durante seu discurso, meio à presença de lideranças cearesenses, como deputado federal José Guimarães (PT) e o governador do estado, Elmano de Freitas (PT), além da mais nova senadora Janaína Farias, o presidente teceu elogios ao seu atual ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana. A fala ocorre em meio à mobilizações grevistas feitas pelos professores da rede estadual e federal, além da greve já decretada pelos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Eu não escolhi o Camilo para ser ministro da Educação porque ele é meu amigo. Eu chamei o Camilo para ser minstro da Educação porque o estado do Ceará é o estado que tem melhor exemplo na educação nesse país“, disse o presidente Lula.
Lula declarou que Santana tem o grande desafio de superar o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (atual ministro da Fazenda), e se tornar o melhor gestor da Pasta. Em seguida, o presidente fez um balanço das ações da Educação sob a gestão Camilo, entre elas os programas de incentivo as matrículas nas escolas de tempo integral e o Pé-de-Meia, que destina recursos aos estudantes mais pobres do Ensino Médio. Além dessas ações, Lula também destacou a vinda de uma unidade do Instituto de Tecnologia e Aeronáutica (ITA) para o Ceará e que, de acordo com o que o presidente vem repetindo nos últimos tempos, “é um prêmio para a inteligência do povo do Ceará”.
Além das ações cearenses, outro destaque do presidente em relação à Educação se relacionou à criação de mais 100 Institutos Federais de Educação (IFEs) no país. A meta de Lula é a construção de 1.000 institutos até o fim de sua gestão.
Protestos no Ceará
Antes de elogiar Camilo Santana, o presidente Lula comentou os protestos que o servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE). Ao falar com os manifestantes, ele lembrou que o Brasil vive um momento em que pode ocorrer manifestações. O discurso faz uma menção indireta ao período da Ditadura Militar de 1964, que completou 60 anos no último dia 31 de março.
“Eu vi os companheiros aí com a placa, levantando, protestando, eu acho maravilhoso vocês protestarem porque houve um tempo em que vocês não poderiam protestar nem levantar placa. Quando a gente governa de uma forma democrática, proteste, reivindique, que se a gente puder, a gente atende. Se a gente não puder, a gente diz que não pode e a vida continua”, afirmou.
Em meio as manifestações do Detran, o governo Elmano também enfrenta problemas com os professores da rede estadual. Docentes do Ensino Médio estão em mobilização por questões trabalhistas, com indícios de greve. Em meio as negociações, a proposta enviada pelo governo não foi aceita. A última assembleia, realizada na quinta-feira (4) pela diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos das Secretarias de Educação dos Municípios do Ceará (Apeoc), terminou em arremessos de cadeiras.
Além dos professores do estado, os servidores técnico-administrativos Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da Universidade Federal do Cariri (UFCA) já estão em greve desde o dia 15 de março, em busca de melhorias salariais. Os docentes federais se reunirão no próximo dia 9, terça-feira, para decidir se instalarão greve para o dia 15 deste mês.
