Para o presidente, as divergências são “coisas normais da política’. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ofereceu, na manhã desta terça-feira (23), um café da manhã aos jornalistas no Palácio do Planalto. Quando questionado por entrevistadores sobre a articulação do Planalto com o Congresso Nacional e, em especial, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o chefe do Executivo declarou que não encara a situação com o Congresso como um “problema”.

“O que a gente tem são as coisas normais da política. Nós temos 513 deputados, o meu partido (PT) só tem 70 (do total eleito na Câmara). Nós temos 81 senadores, o meu partido só tem nove. Então você percebe o milgare que aconteceu nesse país? Como se explica a aprovação de uma PEC de Transição antes de eu assumir a Presidência da República? Vocês se deram conta da anomalia que eu comecei a governar antes de tomar posse?”, comentou o presidente. “Como se explica a aprovação da Reforma Tributária? Vocês já se deram conta que nunca antes na história do Brasil foi aprovada uma Reforma Tributária num regime democrático?”, completou.

A declaração foi dada em meio a uma elevação das  tensões, especialmente entre Arthur Lira e o responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, Alexandre Padilha. Recentemente, o presidente da Câmara insultou publicamente Padilha e o presidente Lula chegou a dar uma declaração em defesa do auxiliar.

O presidente ainda ressaltou que, de todos os projetos do Governo enviados ao Congresso, todos foram aprovados. “Então, qual é a briga com o Congresso? A briga é o normal da divergência política em um Congresso Nacional que tem vários partidos políticos”, justificou Lula.

Ainda sobre o tema, Lula também disse está convencido de que o Executivo está uma “situação de muita traquilidade na relação com o Congresso Nacional” e que todos os projetos futuros enviados para o Legislativo serão aprovados.

Reforma Ministerial

Ainda em relação a interção do Planalto com as Casas Legislativas e as relações institucionais, o presidente Lula também foi questionado se, diante das pressões que vem sofrendo, fará mudanças nas chefias de seus Ministérios. Ele, no entanto, descartou a possibilidade.

“Eu não vejo nenhum técnico de time de futebol anunciando, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, o time está jogando e está jogando do jeito que eu acho que deve jogar. Portanto, não existe nenhuma previsão de reforma ministerial na minha cabeça neste instante“, esclareceu o presidente Lula.

*Com informações da Agência Brasil

Confira parte da fala do presidente Lula: