Casos de violência mobilizaram políticos de oposição que se uniram em críticas ao Governo do Estado. Foto: Divulgação

Duas chacinas e uma tentativa de assassinato de policiais militares registrados no fim de semana em lugares distintos do Estado uniram a oposição em cobranças ao Governo do Estado. Apesar do posicionamento do governador Elmano de Freitas, declarando investigação rigorosa dos atos, a bancada oposicionista fará cobrança em pronunciamentos na tribuna da Assembleia Legislativa e nas redes sociais.

Já na manhã de sábado, os opositores Capitão Wagner e Sargento Reginauro, ambos do União Brasil, destacaram o ataque sofrido por policiais em Fortaleza. Eles chegaram a cobrar um posicionamento por parte do Poder Executivo e afirmaram que apresentariam um documento tratando da formação de uma força-tarefa para tentar frear o aumento da violência no Estado. Outros parlamentares, a maioria bolsonaristas, também se posicionaram sobre o caso.

No domingo, porém, veio à tona a informação de que duas chacinas ocorreram no Estado, sendo uma em Aracoiaba e Caucaia. Dentre os mortos estavam quatro mulheres e o secretário de Obras e Mobilidade Urbana de Aracoiaba. Neste caso, o governador Elmano de Freitas se posicionou, afirmando que as chacinas foram “graves e inaceitáveis”.

“Determinei ao nosso secretário da Segurança Pública rigor absoluto nas investigações e diligências para a prisão imediata dos responsáveis pelos crimes. Equipes especializadas da Polícia Militar, Polícia Civil e Pefoce estão nas regiões desde o ocorrido. Minha solidariedade às famílias das vítimas destes lamentáveis episódios”, disse o governador.

O posicionamento do governador, porém, não evitou que oposicionistas fizessem mais cobranças ao chefe do Poder Executivo pelos crimes ocorridos. O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que busca se consolidar como liderança da oposição no Estado, também criticou a falta de um projeto para a Segurança Pública no Ceará.

“Passo aqui para criticar em tom de cobrança as respostas equivocadas e a omissão do Governo do Estado frente ao crescimento da violência no Ceará. São notas frias, distantes e completamente descomprometidas com as mudanças estruturais das ações de Segurança Pública”, disse o dirigente partidário.

Segundo ele, o governador Elmano de Freitas deveria se espelhar em outros governadores, que diante de momentos de tragédia, foram a público e fizeram coletiva de imprensa para explicar os fatos e dar clareza do que seria feito.

Ceará

“Além disso, uma visita de solidariedade às vítimas, uma visita aos quartéis para se solidarizar e dar ânimo à categoria. É importante o governador usar da sua liderança para tratar com problemas e instituições do Estado do Ceará, mobilizar as sociedade civil, organizar para enfrentar essa duríssima realidade que não é só do Ceará, mas tem se agravado aqui. Muita gente votou achando que o alinhamento do Governo Federal e Estadual pudesse ter mais força, para cobrar apoio do Governo Federal de enfrentamento das facções aqui”, apontou.

Nas próximas horas, os oposicionistas ao Governo do Estado devem manter o tom de cobranças e críticas, o que tende a ser levado à tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (20), quando os trabalhos da Casa serão retomados.