Lúcio Bruno fez duras críticas ao Governo do Estado de disse que o governador Elmano estava “surrupiando” dinheiro dos servidores. Foto: CMFor

O decreto do governador Elmano de Freitas estabelecendo a suspensão até dezembro dos repasses ao Fundo de Capitalização Previd foi um assunto que motivou debates nas principais casas legislativas do Ceará nesta semana. Na Câmara Municipal de Fortaleza o tema não passou despercebido e foi motivo de críticas e cobranças por parte de alguns vereadores da Capital cearense.

O vereador Jorge Pinheiro (PSDB), durante sessão plenária, disse estar preocupado tanto com a gestão do governador Elmano de Freitas quanto do presidente Lul, que segundo ele, têm se limitado a aumentar impostos e criar pastas e cargos na administração pública.

“E os gastos vêm como consequência. E quando a gente fala sobre isso, não é porque é oposição. Mas é porque está um desgoverno só. Tudo é aumento de imposto e de taxa para cobrir gastos. Aumenta a folha de funcionários e quem paga é o povo. Tudo é jogado nas costas do povo”, apontou.

O parlamentar, assim como foi feito na Assembleia Legislativa pela oposição ao Governo do Estado, apresentou decreto do Executivo Estadual em que, segundo disse, o governador estabelece a suspensão de repasses de julho a dezembro de 2023 para o Fundo de Capitalização Previd.

“Ele está fazendo isso para pagar despesas correntes. Isso significa que é para pagar as contas. Mas se estava tudo bem, isso é um sinal de que a saúde da economia do Estado do Ceará não vai tão bem assim”, apontou.

Lúcio Bruno (PDT) também levou o tema à tribuna do Plenário Fausto Arruda. De acordo com o pedetista, no primeiro semestre deste ano, o Governo do Estado teria arrecadado R$ 800 milhões a mais do que no mesmo período de 2022, ainda que tenha ocorrido uma redução do ICMS e do Fundo de Participação dos Estados, o FPE. Além disso, ele apontou mais R$ 670 milhões de despesa da gestão.

China

“De onde vem esse dinheiro? Isso nos causa estranheza. O Previd foi criado no modelo de capitalização, ou seja, após 2013, todo cidadão que fizer concurso público irá para esse fundo, onde uma parte contribui com a Restituição do Imposto de Renda e outra parte o Estado coloca. O que está acontecendo? Ele confiscou o dinheiro que não é dele, é do servidor público, que está fazendo uma capitalização. Ou ele deixou de pagar, ou vai retirar. O alerta está ligado. Já estão mexendo no dinheiro dos servidores públicos”, denunciou Bruno.

O pedetista também criticou os gastos do Governo do Estado com viagens nacionais e internacionais. “O homem bate recorde de uso de avião, de hospedagem. Está na China e ainda não vi para que veio esse governador. Porque ele está mais tempo em Brasília, ou fora, do que no Ceará. O governador está surrupiando o seu dinheiro”, disse.