O deputado participou de audiência na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara sobre o espaço das mulheres no Orçamento. Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 (PLN 4/23), deputado Danilo Forte (União/CE), disse que a meta fiscal do governo de zerar o déficit das contas públicas no ano que vem é muito “ambiciosa”, já que o País vem registrando queda na arrecadação. O deputado participou de audiência na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara sobre o espaço das mulheres no Orçamento.

Danilo Forte disse que o governo conta com medidas de aumento da arrecadação que precisam ser aprovadas ainda neste ano.

“Nós temos pouco tempo para votar matérias que muitas vezes são impopulares e que a gente percebe claramente que não têm a simpatia do Parlamento brasileiro com relação a aumento de tributos.”

O relator da LDO disse que, apesar das dificuldades, pretende dar prioridade a algumas ações no Orçamento, entre elas o estímulo ao empreendedorismo feminino.

Entre as mudanças que pretende adotar nas regras orçamentárias, Danilo Forte citou a adoção de um cronograma de desembolsos para emendas parlamentares no Orçamento e a inclusão das despesas escolares com uniformes, merenda e transporte no Fundo de Manutenção da Educação Básica.

Gilda Cabral, representante do grupo Elas no Orçamento, disse que o cronograma é importante.

“A política social, principalmente a voltada para as mulheres, tem que funcionar de janeiro a janeiro. Não é só lá no fim do ano, quando se faz ali uma negociação: dá o voto e eu te dou tanto.”

Metas

Raquel Melo, do Ministério do Planejamento, disse que o projeto do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 (PLN 28/23) traz várias metas específicas para mulheres. Como exemplo, ela citou a meta de levar assistência técnica para 7.500 agricultoras familiares em 2024. O número sobe todo ano até atingir 37.500 mulheres em 2027.

De acordo com Elaine Xavier, também do Ministério do Planejamento, o Orçamento de 2024 (PLN 29/23) já foi elaborado de forma a facilitar o acompanhamento da execução de ações específicas para mulheres em diversos ministérios.

A presidente da comissão, deputada Lêda Borges (PSDB-GO), no entanto, manifestou preocupação com a pulverização dos recursos. Para ela, o Ministério das Mulheres deveria concentrar mais ações.

Lia Zanotta Machado, do Consórcio Maria da Penha, destacou a queda de recursos para o combate à violência nos últimos anos. E citou o caso de Brasília, onde houve 25 feminicídios entre janeiro e agosto deste ano.

Fonte: Agência Câmara