Felipe Mota é membro da CPI da Enel, que se reúne nesta quinta-feira para definir cronograma de trabalho. Foto: ALCE

O apagão de energia que pegou de surpresa quase todos os estados brasileiros na terça-feira (15) foi tema de debate na Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (16). O tema foi levado à tribuna pelo deputado Felipe Mota (UB), que aproveitou para criticar o serviço prestado pela empresa Enel e a demora nas respostas para o dia de caos que passou a população cearense.

Mota destacou que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que uma das causas do apagão foi uma sobrecarga de energia em linhas de transmissão no Ceará, o que para ele demonstra um “despreparo, uma falta de comprometimento e de transparência” da Enel. “Por que não foi informado que tinha um problema no Ceará, e mais uma vez se coloca o nome do Estado em um vexame? O que você fez foi gerar uma desconfiança que nosso sistema eólico e solar não suporta essa ligação com o sistema das hidrelétricas”, apontou.

Para o parlamentar, a instalação da CPI da Enel reforça a fragilidade no serviço prestado pela fornecedora e a necessidade de investigação sobre a atuação da empresa. “Chegou a tua hora. A hora que a CPI vai passar a limpo sua atuação. Vocês estão na contramão do que interessa aos cearenses”, disse. O colegiado deve se reunir na tarde desta quinta-feira (17), quando definirá o cronograma de trabalho para os próximos meses.

Energia

Felipe Mota também lamentou a convocação feita pelo ministro de Minas e Energia para que a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) investiguem a fonte do problema, visto que tal ação corroboraria com a narrativa de que o sistema não suporta a carga das energias eólicas e solar. “Vossa excelência deveria abraçar essa causa das energias renováveis , que é quem pode salvar o Nordeste brasileiro. Como teremos uma indústria e um turismo fortificado sem uma energia forte?”, questionou.

Leonardo Pinheiro (PP) também criticou os serviços prestados pela empresa, e disse que não se pode falar de um estado desenvolvido se não houver uma distribuição de energia adequada. Ele destacou dificuldades de famílias e empresas com a Enel, havendo demora em ligações de energia e outros serviços.