Dra. Silvana levou o tema à tribuna da Assembleia Legislativa. Foto: ALCE

A suspensão de novos atendimentos do Centro Regional Integrado de Oncologia, o Crio, voltou a ser pauta de debate, na manhã desta quarta-feira (02), na Assembleia Legislativa. A deputada Dra. Silvana (PL) cobrou empenho de seus pares para sanar o problema e apontou a crise interna do PDT como responsável pela situação do equipamento de saúde.

A parlamentar cobrou uma atitude de seus pares a fim de modificar a situação atual e apontou responsabilidades da Casa. “Esta Casa tem responsabilidade com o que está acontecendo na oncologia do Ceará. Existe uma briga dentro do PDT que está impactando no repasse do financiamento para o Crio, e se isso não acabar, muita gente será enterrada”, disparou.

“Não quero saber se um dá mais que o outro. Quando o governador era o Camilo e Roberto Cláudio era prefeito de Fortaleza, o dinheiro chegava. Porque agora não chega?” (Dra Silvana)

 

A deputada citou o caso da irmã de sua assessora, que faleceu esta semana, vítima de câncer e não conseguiu realizar o tratamento. “Uma mulher de 51 anos não teve o direito de fazer uma sessão de quimioterapia ou radioterapia, por conta da situação do Crio. A pessoa agora se tiver câncer, precisa ter convênio ou ser muito rica, pois se depender do poder público cearense, ela morre sem receber qualquer atendimento”, lamentou.

Sargento Reginauro (UB) relatou que na última audiência promovida pelo Ministério Público do Estado (MP-CE), os dados apresentados pelos dirigentes dos hospitais não refletiam a realidade. “Os representantes chegavam a se contorcer na cadeira de constrangimento. O representante do ICC disse que os pacientes já estão chegando sem condição de cura, apenas para cuidados paliativos. Isso é criminoso. O paciente não está morrendo de câncer, está morrendo da ineficiência do poder público”.

De Assis Diniz (PT) afirmou que a situação precisa ser tratada com racionalidade e lembrou a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). “Enquanto esse debate não for colocado na mesa, não adianta todo o nosso esforço. Impactou na vida de todos nós o baixo financiamento do SUS. No caso do Crio, não é uma questão partidária, pois cada um tem que cumprir sua função constitucional”, avaliou. Oncologia O deputado Guilherme Sampaio (PT), em seu pronunciamento, destacou os investimentos federais e estaduais para ampliar o atendimento oncológico no Ceará. Ele citou que R$ 22 milhões serão destinados ao Instituto do Câncer do Ceará e a outras unidades cearenses que recebem pacientes com câncer. Ele também citou a liberação de R$ 60 milhões do Governo Federal para a criação de um serviço de oncologia no Hospital Regional do Vale do Jaguaribe.

“Lamentavelmente, o serviço de oncologia do País piorou muito sob Bolsonaro”, pontuou. Para o parlamentar, é preciso mudar a estrutura do Estado e levar o serviço para o Interior, afim de evitar a vinda de pacientes e a sobrecarga em Fortaleza.