O hidrogênio verde é uma nova fonte de energia renovável que tem chamado a atenção de governos, indústrias e investidores / Imagem: Reprodução Internet

Na corrida para a produção de Hidrogênio Verde, o Ceará, apesar dos discursos otimistas de aliados do Governo, está atrás de Pernambuco, segundo registrou o jornal o Estado de São Paulo, em sua edição de ontem. Segundo aquele jornal, na corrida pelo hidrogênio verde, “dos 359 projetos já anunciados no mundo, apenas um é no Brasil, em Suape, Pernambuco“. Hoje, 26 de junho, o Estado do Ceará está mandando mais um dos auxiliares do Governo do Estado, para viagem ao exterior, mais precisamente à cidade Munique (Alemanha), no período de 10 a 14 de julho de 2023, com objetivo de realizar visita técnica, ao Instituto Fraunhofer, referência em desenvolvimento tecnológico, com foco em Agrivoltaic e Hidrogênio Verde, visitas ao Consulado do Brasil em Munique e à agência Energy Clymate na Intersolar”. Quem está viajando e demorará uma semana nessa missão, é o secretário de Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho.

Nesta manhã de segunda-feira (26), no Porto do Pecém, teve uma reunião de comissão do Senado, com a participação do governador Elmano de Freitas e outros cearenses, discutindo com o senador Cid Gomes, a questão da produção de hidrogênio verde naquele complexo portuário. A matéria do jornal paulista deve ser conhecida por todos os cearenses, ao contestar todos os discursos públicos com relação ao sonho do hidrogênio verde. Veja a íntegra da matéria publicada pelo Estadão, domingo 25).

“Falta de um plano nacional pode deixar Brasil fora da corrida pelo hidrogênio verde Estudo aponta que dos 359 projetos já anunciados no mundo, apenas um é no Brasil, em Suape, Pernambuco” enfatiza a publicação do periódico paulista, para acrescentar que o “Brasil tem sido centro do interesse de países com dificuldade de cumprir as suas metas de descarbonização por possuir uma robusta geração de energia renovável, base fundamental para a produção de hidrogênio verde, obtido a partir da eletrólise (processo que tira o hidrogênio da água). Para isso, é necessário um grande volume de energia, o que não falta no Brasil, principalmente considerando projetos de eólicas offshore, que podem dobrar a geração de energia elétrica no País. Exemplo disso foi o recente anúncio do Comitê Europeu de investir R$ 10 bilhões em projetos brasileiros de hidrogênio verde”.

E conclui a matéria do jornal paulista: “Dos mais de 300 projetos, apenas 5% saíram do papel, sendo plantas piloto, que vêm de investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e que não estão preocupados com o retorno do investimento. É mais para estudar a tese e tirar benefícios dessa tese, de como funciona todo o processo, o que deveria estar sendo feito aqui no Brasil”, alerta. Estudo feito pelo banco de investimento Goldman Sachs mostra que até 2050 o mercado de hidrogênio no mundo ultrapassará US$ 11 trilhões. Tamanha euforia se deve ao potencial do produto. O hidrogênio tem três vezes mais energia do que a gasolina com a vantagem de ser uma fonte limpa. Com amplo potencial para geração eólica e solar, o Brasil teria capacidade de produzir hidrogênio verde para consumo próprio e para exportação.

Mesmo estando entre os 20 maiores projetos de grande escala, pelo projeto de Suape, o Brasil ainda tem tempo de se estruturar, se houver incentivo governamental, mas, de acordo com Bonaldo, um projeto de hidrogênio verde leva entre 4 a 5 anos. “Se demorar mais dois, três anos para se estruturar, quando a demanda mundial estiver em 90 milhões, daqui a sete anos, a
gente terá apenas as cinco mil toneladas de Suape, nada representativo”, calcula.