Projeto foi encaminhado pelo governador Elmano de Freitas na segunda-feira (09) e aprovado em menos de 24 horas. Foto: Reprodução/Twitter

Pela primeira vez, nas últimas décadas, os servidores estaduais cearenses aceitaram, sem contestação, reajuste de salários. Anualmente, os governadores anunciavam, no início do ano, o reajuste geral de todos os servidores do Executivo, com vigência a partir do mês de janeiro. Neste ano, em razão do desequilíbrio das contas públicas, o erário estadual está impossibilitado de aumentar o custo da folha de pessoal, obrigando o governador Elmano de Freitas, anunciar uma reposição salarial de apenas 3% a partir do mês de junho e 2,8% a partir de agosto. Os professores não terão direito a essas majorações.

Segundo o projeto do Governo Elmano, “os valores de revisão geral relativos à incidência do percentual de 3% (três por cento), retroativos aos meses de janeiro a maio, serão pagos no mês de dezembro de 2023. Está aumentado o auxílio-alimentação para R$ 15,87 para o pessoal civil e para os militares o valor do auxílio-alimentação é de R$ 13,73.

A proposta do Governo Elmano foi aprovada com 40 votos favoráveis e nenhum contrário, os deputados da Assembleia Legislativa aprovaram, na tarde desta terça-feira (09), o projeto do Governo do Estado que promove a revisão geral da remuneração de todos os servidores públicos e militares do Poder Executivo, das Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais.

A matéria foi encaminhada pelo governador Elmano de Freitas na tarde de segunda-feira (08) e tramitou em regime de urgência, sendo aprovada em menos de 24 horas pelos parlamentares. Antes de seguir para a Assembleia, o texto foi discutido entre o chefe do Poder Executivo e sindicatos que representam o funcionalismo público do Estado. O diálogo foi intermediado por parlamentares da base governista.

O acordado entre Governo do Estado e servidores foi o reajuste de 5,8% parcelado em duas vezes, sendo a primeira parcela para junho e a segunda para outubro, além do pagamento retroativo de 3% referente aos meses de janeiro a junho de 2023 a ser pago em dezembro.

Foi definido ainda o reajuste de 5,8% no valor do vale-alimentação, a manutenção da data-base dos servidores, que continua em janeiro, além da instituição de mesas, central e setoriais, para diálogo permanente entre o governador Elmano de Freitas e as representações dos servidores.

“Quero parabenizar especialmente os servidores que negociaram conosco aqui na Alece e com o próprio governador Elmano de Freitas na tarde de segunda-feira, frente às dificuldades que o Estado enfrenta este ano para atender a integralidade de suas demandas”, destacou o líder do Governo, o deputado Romeu Aldigueri (PDT).

Guilherme Sampaio (PT), Renato Roseno (PSOL), De Assis Diniz (PT) e Larissa Gaspar (PT), que também estiveram envolvidos nas negociações,  manifestaram apoio à aprovação da mensagem. Para De Assis, o líder Romeu foi quem  articulou o acordo entre servidores e Governo do Estado. “Foi o grande responsável pela vitória de hoje”, disse.

Filiadas

Nem todo parlamentar, porém, comemorou a aprovação da matéria, ainda que tenham votado favorável. Dra Silvana (PL) criticou o comportamento dos sindicatos, que segundo disse, tem em seus quadros pessoas filiadas ao partido do governador Elmano de Freitas. Sargento Reginauro (UB) disse que o chefe do Poder Executivo abandonou aqueles que mais o apoiaram durante as eleições

“Lamentavelmente, o governador olhou para aqueles que mais o apoiarem e disse que não deve nada a vocês”, disse. Antônio Henrique (PDT), por sua vez, criticou o percentual do reajuste e o fato de ser dividido em duas partes. “Eu tenho quase certeza de que esses sindicatos não estavam falando em nome de todos os servidores do Estado. Já recebi várias mensagens de servidores dizendo que esse aumento é uma vergonha”, apontou o pedetista.