Romeu Aldigueri demonstrou indignação com situação em seu colégio eleitoral e cobrou instalação da CPI. Pedido foi protocolado em fevereiro passado. Foto: ALCE

Deputados, integrantes da Assembleia Legislativa do Ceará, voltaram a criticar os serviços prestados pela Enel, durante sessão ordinária na Casa, na manhã desta terça-feira (30). No entanto, apesar dos reclames, um pedido de instalação de CPI, feito no fim de fevereiro pelo vice-presidente do Poder Legislativo e assinado por todos os parlamentares, passados mais de três meses, ainda aguarda resposta da presidência.

Pedido de CPI contra a empresa Enel é protocolado na Assembleia Legislativa

Inusitado: Deputado consegue apoio para instalar CPI contra a Enel e tira licença de quatro meses da Assembleia

Durante a plenária de hoje, o líder do Governo, o deputado Romeu Aldigueri (PDT), levou o tema à tribuna, cobrando instalações a serem feitas no Município em que tem base eleitoral, Granja, cuja prefeita é sua esposa. De acordo com ele, a cidade aguarda há um ano e meio que a distribuidora acione transformadores que garantirão as atividades da estação de água que abastece a região.

“Há necessidade de abrir uma CPI, porque não há mais como esperar. São oito mil habitantes que querem água tratada e que a Enel ligue esse transformador”, disse ele em apelo à Mesa Diretora da Casa Legislativa. Autor do pedido, o deputado Fernando Santana (PT), logo após fazer a solicitação de inquérito entrou de licença, que termina somente no início de julho, antes do recesso parlamentar.

Fernando Hugo (PDS) reforçou que as queixas em relação à Enel são recorrentes nas discussões do plenário da Assembleia e sugeriu que o Ministério Público seja procurado para intervir na situação em Granja. Aliás, já há documento do órgão destacando irregularidades da fornecedora de energia com contrato firmado com o Governo do Estado, o que serviu como argumentação para pedido de abertura de CPI.

“Falta de interesse”

“Quando não vai por bem, na relação administrativa, vamos ao Ministério Público, que é quem pode, fiscalizando e impondo, fazer com que se tenha ação mínima da Enel”, afirmou Hugo.  Leonardo Pinheiro (PP) reforçou a necessidade de cobrar a distribuidora e citou caso semelhante em Alto Santo, em que equipamentos doados a um hospital da região ficaram sem funcionar devido à “morosidade da Enel”. 

Para Almir Bié (PP) a população cearense está pagando caro por um serviço de má qualidade.  Cláudio Pinho (PDT), por sua vez, questionou os motivos da falta de providências da Enel em relação ao fornecimento de energia para a estação em Granja. “Ou é falta de interesse ou realmente a Enel é completamente desorganizada e não quer acordo com o Ceará”, disse.