Deputados estaduais eleitos pelo Partido Liberal: Alcides Fernandes, Carmelo Neto, Dra. Silvana e Marta Gonçalves. Foto: Reprodução

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará formou maioria para cassar os mandatos dos parlamentares estaduais eleitos na chapa do Partido Liberal, em ação movida pelo PT e PSOL por supostamente não cumprirem a regra de cota de gênero. Devido um pedido de vistas do presidente do TRE-CE Inácio Cortez, o caso ficará suspenso até o dia 30 de maio. Se tal decisão for efetivada, poderá impactar a composição da Assembleia Legislativa do Ceará e o mandato de quatro deputados: Alcides Fernandes, Carmelo Neto, Dra. Silvana e Marta Gonçalves. Ressalta-se que a votação ainda não terminou e, desta decisão, cabe recurso a última instância, o Tribunal Superior Eleitoral.

Pronunciamentos

O deputado estadual Alcides Fernandes disse que caso se concretize o julgamento no TRE/CE, irá recorrer da decisão. Para o deputado, tudo isso não passa de uma armação do governo para tomar quatro vagas da oposição e entregar para a base governista. “Jamais nos curvaremos diante desse governo petista tirano e corrupto! Nossos valores são inegociáveis e lutaremos até o fim pelo povo cearense. Quem disse que seria fácil? “, afirmou. Ele foi eleito com 79.207 votos.

Seu filho, o deputado federal André Fernandes criticou a ação movida pelo PT e PSOL. “Se julgado procedente, duas mulheres do PL perderão os mandatos e dois homens assumirão nos seus lugares, diminuindo assim 23% da representatividade feminina na Assembleia Legislativa do Ceará. Esse é o governo e a justiça que lutam pelas mulheres?”, comentou.

A deputada mais votada no Estado, com 112.787 sufrágios, Marta Gonçalves e mulher do presidente do PL no Ceará e prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, também afirmou que irá recorrer da decisão e disse acreditar que a verdade sempre prevalece. “Por isso mesmo, reverteremos em instância superior uma possível decisão desfavorável na instância local”, alegou.

A deputada Dra. Silvana se manifestou através de um vídeo em suas redes sociais. Ela tranquilizou seus eleitores e reiterou que continua deputada estadual. “O julgamento ainda não terminou no TRE e muita água pode rolar até chegar até o TSE”, disse. A parlamentar insistiu em falar que a ação foi movida contra o Partido Liberal, do qual faz parte. “Nada contra esta deputada”, declarou. Ela foi eleita com 83.423 votos.

Carmelo Neto, o deputado mais votado do Estado, com 118.603 votos, também se manifestou. Para Carmelo, querem calar uma chapa inteira porque duas mulheres do PL, que foram candidatas, votadas e assinaram o registro de candidatura, disseram um mês e meio depois das eleições, que não queriam ser candidatas. “Uma chapa com quase 500 mil votos, 43% de votos feminino, o dobro do percentual do PT”, frisou.

Segundo o parlamentar, a democracia, que tem a soberania do voto, está sendo desrespeitada com uma decisão como essa. O deputado ainda questiona “quem ganha com isso?”, enfatizou. “O governo do PT que tira 4 deputados da oposição para pôr 4 aliados do governo?”. Ele afirma que irá recorrer até as últimas instancias do Poder Judiciário.